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13/08/2018 08:04

Rodeado de amor, Caio veio ao mundo na cama da mãe em parto humanizado

Medo de violência obstétrica fez Vitória escolher o parto humanizado domiciliar

13/08/2018 às 08:04 | Atualizado Kerolyn Araújo
Arquivo Pessoal

Mais de 13 horas de trabalho de parto. Foi esse o tempo que a jornalista Vitória Ribeiro, 21 anos, aguentou para ter o primeiro filho em casa, de uma maneira humanizada, bem longe de todo o clichê de hospital. 

Segundo a jornalista, ela decidiu que teria o filho de parto humanizado aos cinco meses de gestação. ''Sempre quis parto humanizado, mas não domiciliar. No decorrer da gestação, perdi o plano de saúde e, se contratasse outro, não daria tempo'', explicou. 

Para Vitória, o maior medo era ter o filho pelo SUS (Sistema Único de Saúde), devido aos abusos que ocorrem nas marternidades públicas. ''É 'pique', é médico empurrando a barriga, são coisas absurdas. Eu iria ficar traumatizada. Teve um dia que fui ao hospital e vi uma mãe batendo em uma porta pedindo para ver o filho. Aquilo me marcou muito. Quando o Caio nasceu, ele veio direto para o meu colo e ficou junto comigo o tempo suficiente para nos conhecermos. Ficamos mais de uma hora ligados pelo cordão umbilical e ele foi cortado pelo pai do Caio. Foi tudo em família'', contou.

(Enquanto Vitória aguardava o nascimento do filho na piscina, Luke acompanhou tudo de perto)

Apesar de ter batido o martelo sobre o parto humanizado somente no sexto mês de gestação, no terceiro Vitória já começou a conversar com Alice Inácio, do Instituto Maternar. ''Eu queria fazer o parto na piscina e fui perguntar como era, mas ela disse que fazia em casa e me passou o valor, que era bem mais acessível que um parto comum em um hospital particular''.

Desde o primeiro contato, Vitória conta que se sentiu amparada pela profissional. ''Sempre conversamos muito, eu tirava minhas dúvidas, ela foi me passando muita segurança e confiança, além de fazer todo o acompanhamento, sempre muito atenciosa''. Assim, a jornalista decidiu que teria o filho em casa, mas primeiro precisou convencer a mãe que, de início, não aceitou bem a ideia da filha. ''No começo ela achou um absurdo, mas depois de uma conversa com a minha bisavó acabou aceitando".

(Vitória e Alice horas antes da jornalista dar à luz. Foto: Arquivo Pessoal)

No dia 5 de julho, logo no início da manhã, Vitória entrou em trabalho de parto. Imediatamente, a enfermeira obstetra foi para a casa da jornalista, onde permaneceu pelas horas seguintes. ''Eu tentei dar à luz na piscina, mas não consegui porque estava sentindo muita dor no cóccix''. No mesmo dia, às 21h33, Caio veio ao mundo na cama da mãe, rodeado de amor, como Vitória queria. 

Para a mamãe de primeira viagem, escolher ter o filho em parto humanizado e em casa foi a melhor decisão. ''Fiquei 13 horas e meia em trabalho de parto e, durante todo esse tempo, tive privilégios que não teria em um hospital. Eu fiquei descalça, colocava música, tomava banho quando queria, deitada, sentava, e tudo isso no meu ambiente. No meu quarto, no meu banheiro, onde tinham todas as minhas coisas. Achei isso maravilhoso".

Caso tenha o segundo filho, a escolha de ter parto humanizado já é certa. ''Se eu engravidar, vou ter o filho em casa de novo, com a Alice, que é uma profissional incrível", finalizou.