Um simples anúncio de emprego causou uma dor de cabeça enorme para uma moradora de Campo Grande. A mulher, que não será identificada, colocou um cartaz simples impresso oferecendo uma vaga de empregada doméstica. O que causou confusão foi o salário oferecido diante da carga horária.

A folha sulfite impressa procura uma empregada doméstica para trabalhar de segunda a sexta-feira, das 6h40 às 17h, e aos sábados, das 6h40 até as 13h. O salário, que seria a combinar, foi escrito a caneta para R$ 930 e a exigência de ser acima de 35 anos também.

O anúncio caiu na internet, mais precisamente no Comércio Delas, que é um dos maiores grupos do Estado no Facebook, e foi aí que a briga começou. Pensando em estar fazendo o bem, uma internauta colocou a foto da “oportunidade”. A partir daí, centenas de comentários começaram a aparecer chamando a proposta de “escravidão” e indecorosa.

Ainda assim, houve quem defendesse que aceita “quem quer” e quem estiver precisando, vai até encontrar algo melhor.

Em contato com o número do telefone disponível, a informação foi que não era para a vaga ter sido anunciada na internet. “Minha filha está muito chateada e o esposo dela também, porque a vaga só foi colada aqui em nosso bairro e para quem mora na região, mas recebemos ligações de todo o Estado, algumas até mal educadas”, contou a mulher.

A vaga é para contratar uma pessoa para trabalhar na casa da filha dela. “O salário é esse, é o que ela pode pagar, mas quem estiver interessado, que entre em contato. É um salário mínimo mesmo que ela pode pagar, tem muitos encargos”.

Sem saber como o anúncio foi divulgado em grupos, a mulher pediu que apaguem. “Queria que apagassem, porque já deu muita dor de cabeça. Quem não estiver interessado em trabalhar, que não ligue e seria só para as pessoas da região que moramos”.

Direitos trabalhistas

A legislação prevê direitos trabalhistas específicos para os empregados domésticos, entre eles o salário deve ser pelo menos o mínimo vigente para a jornada de 44 horas semanais, ou seja, oito horas diárias mais quatro horas num sábado, por exemplo.

Nesse caso, há também o direito a intervalo para repouso ou alimentação, que deve ser de no mínimo uma hora e no máximo duas horas. O empregador e empregado podem acordar também que o intervalo seja reduzido para 30 minutos.

Já se o expediente for abaixo de seis horas o intervalo será de 15 minutos e o empregado nesse caso pode permanecer na casa do empregador durante o intervalo para repouso e alimentação. Também há o direito ao descanso semanal remunerado.