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há 6 anos

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Luz no fim do túnel: centro especializado ajuda vítimas de violência doméstica na Capital

O CEAM funciona das 7h30 às 13h30 e possui psicóloga no período da tarde para fazer atendimento de emergência

Muitas mulheres são agredidas diariamente em Mato Grosso do Sul e o que muitas ainda não sabem, é que existe um Centro Especializado em Atendimento à Mulher em Campo Grande, que oferece atendimento de assistência social e psicologia de forma gratuita, através do governo do Estado. Com Boletim de Ocorrência ou sem, a mulher é acolhida no CEAM e recebe apoio para recuperar a vontade de viver. Uma pesquisa realizada em 2017 demonstra que a cada hora, 503 mulheres são vítimas de violência no Brasil, com um total de 4,4 milhões de mulheres vítimas de agressões físicas em 365 dias.

 Fazendo atendimentos há 10 anos no CEAM, a assistente social Aparecida Ferreira Cruz, 51 anos, destaca que tudo é feito no tempo da mulher, que está atormentada diante da violência sofrida e busca ajuda. “Conversamos, fazemos acolhimento, ouvimos, esperamos que elas se colocam na maneira que se sintam mais à vontade quando falam do caso. Fazemos o encaminhamento necessário, na triagem percebemos se elas querem também ou não, se precisam e percebemos que elas não querem, tentamos fazer ela perceber a importância do acompanhamento psicológico”.

De acordo com a assistente social, as mulheres que recusam atendimento inicial acabam procurando o CEAM dias depois e concordam em receber ajuda dos profissionais. “Tem algumas que resistem, por mais que aceitam no momento, quando falamos da importância de falar da dor, de colocar para fora, com a profissional capacitada, algumas aceitam, mas tem algumas que marcam e não vem na triagem. Mas a grande maioria vem, faz acompanhamento e com essa minoria que talvez não vem, mais cedo ou mais tarde ligam para remarcar atendimento. O trabalho do assistente social é acolher as mulheres, ouvimos tudo que aconteceu, dá tempo para elas e seguimos para os encaminhamentos necessários. Aqui dedicamos 50 minutos ou mais e elas se sentem mais à vontade para falar do caso. Nosso trabalho é ouvir e fazer os encaminhamentos necessários”.

Conforme Aparecida, as vítimas de violência atendidas já saem da sala de assistência social com agendamento para psicoterapia. “Percebemos a importância, tentamos convencimento para elas fazerem acompanhamento.  Se tem filhos envolvidos, procuramos saber se eles também foram afetados, se estão abalados com a situação, se eles acompanharam os anos de violência”.


Setor de psicologia

A psicóloga Célia Regina Cavalcanti Mortari, 53 anos, atua há 15 anos no CEAM e explica que o trabalho inicial é a busca do fortalecimento emocional da mulher. “Fazemos o acolhimento e procuramos compreender essa mulher. Ela chega aqui com todo tipo de violência possível, fazemos trabalho de fortalecimento emocional, resgate de auto estima, valorização da mulher e também para que ela entenda a dinâmica que ela está envolvida da violência, existe muita ameaça do companheiro, medo de morrer, de não dá conta de fizer sem o marido que as vezes é responsável pela casa. A mulher fica perdida, não sabe o que fazer, ela é xingada, apanha, trabalhos no resgate dessa mulher para que ela tome consciência de que a violência praticada contra a mulher é um crime, que é importante ela levar adiante o processo, que ela precisa se afastar porque se não pode ocorrer a morte”.

Célia destaca ainda, que muitas mulheres levam adiante o processo e colocam fim na violência sofrida. “A mulher precisa entender todo o processo. Ver que o homem pratica violência contra ela, numa relação submissa, ela chega aqui muito confusa, resgatamos tudo isso dela, para ela manter firme a medida protetiva, o processo de separação. A grande maioria vai adiante, a mulher começa a entender que isso não é casamento, que ela não pode sofrer esse tipo de violência. Muitas vezes ela chega aqui entrando no estágio de depressão, outras já tentaram suicídio, isso não é vida. Ela entende todo o processo. Ela tem que reagir, não pode morrer nessa relação”.

O tratamento oferecido para as vítimas é de seis meses e conforme a psicóloga, no terceiro atendimento já é nítida a mudança emocional. “Ela começa a querer conquistar o espaço dela, já saí em busca dos direitos. Fica em médica seis meses aqui. São vários tipos de violência.É muito gratificante, é uma alegria ver que conseguimos dar alta, que é tudo para nós. É a finalização do processo terapêutico, ficamos muito feliz quando a mulher não vive mais com o agressor. Ela conseguiu uma vida livre da violência, é a alegria do nosso trabalho”.

Atualmente, o CEAM atende de 30 a 36 novos caos por mês. Só em 2018,  já foram atendidas mais de 100 mulheres no local. Para entrar em contato com o centro basta ligar para 3361-7519 e 0800 67 1236.

 

 

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