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Campo Grande

16/09/2017 07:00

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Apreensão de obra revolta classe artística, mas tem apoio da população nas ruas

O TopMídiaNews foi às ruas ouvir a opinião da população e a maioria dos entrevistados declarou apoio à ação policial

A exposição “Cadafalso”, que gerou polêmica entre os deputados do Estado e acabou com a apreensão um dos quadros expostos no Museu de Arte Contemporânea de Mato Grosso do Sul (Marco/MS), tem um grande índice de rejeição pelas ruas da Capital. Com as imagens em mãos, o TopMídiaNews foi conversar com os campo-grandenses para ver o que pensa a população e a maioria dos entrevistados avaliou que a artista mineira Alessandra Cunha 'exagerou' ao expor o órgão genital masculino nas telas.

O motorista José Antônio da Silva dos Santos, 53 anos, afirmou que considera ‘absurdos’ os desenhos feitos por Alessandra, mesmo quando a justificativa utilizada pela artista seria a tentativa de combater a violência contra a mulher e a pedofilia. “Eu acho um absurdo essa exposição, quem teria que ser preso, neste caso, é exatamente quem desenhou os quadros. A forma como foi feito, acaba incentivando a pedofilia ao invés de combater”.

José destaca que a indignação dos deputados diante da exposição e a apreensão do quadro em que aparece a imagem de uma criança e um adulto sem roupas foi correta. “Até que enfim os deputados estão preocupados com algo que realmente interessa, algo que envolve a população. Que bom que este quadro foi preso e todos os outros deveriam ser também”.

Assim como José, Thalles dos Santos Dias, 23 anos, também se mostrou indignado ao ver as imagens da exposição. Ele afirma que poucas crianças conseguiriam interpretar a obra caso fossem levados para visitar o Museu. “Eu acho que a atitude de apreender foi correta, se as escolas levarem crianças para fazer uma visita ao Museu, poucas delas conseguem interpretar”.

O rapaz destaca que existem outras formas para combater a violência e a pedofilia. “Eu acredito que não tem necessidade de expor tanto assim o órgão masculino, acho que a artista exagerou. Eu não levaria nenhuma criança e nenhum dos meus parentes para essa exposição”.

Vanda Vilela, 42 anos, disse que a artista deveria ter poupado a imagem de uma criança. “Eu acho que houve exagero por parte dos deputados, que ficaram indignados, não concordo com a apreensão, só acho que a artista poderia ter poupado a imagem da criança, ter deixado a imagem da criança de lado na hora de pintar. Temos muitos problemas sim de pedofilia, não estamos de olhos fechados, mas eu acho que tem que privar as crianças”.

Uma mulher que optou por não se identificar afirmou ainda que o telefone disponibilizado para disque denúncia contra a pedofilia (100) não deu retorno para sua família. “O esposo da minha filha fazia uso de entorpecente na frente das crianças, elas reclamavam de dor de cabeça, liguei nesse número, denunciei o caso, mas isso já tem um ano e até hoje, ninguém fez nada para mudar isso”.

Apoio

Mas nem todos concordam com a apreensão. A cuidadora de idosos, Luzia Henrique, 50 anos, vai contra a opinião dos outros entrevistados e destaca que a sociedade não pode fechar os olhos para um problema tão grave como a violência contra a mulher e a pedofilia.  “Eu concordo com a autora, sou a favor da exposição, as pessoas se colocam contra e temos aí crianças mortas, sendo estupradas, mulheres sendo agredidas e os homens vão presos e daqui a pouco estão na rua novamente”.

                                                    

A classe artística também se juntou e foi às ruas protestar contra o que eles chamam de censura, pois apreensões de obras de arte não são comuns desde a ditadura militar.

Versão da artista

A dona das obras classificou como 'absurda' a apreensão de seu quadro, intitulado 'pedofilia'. Ela disse que a perseguição à exposição é porque o quadro incentiva o pensamento crítico na sociedade. A obra foi levada para a Delegacia da Criança e do Adolescente, após queixa de incentivo à  pedofilia. A artista, que se apresenta como o nome de Ropre, diz que sua intenção foi lançar algumas ideias e questionar o machismo, o domínio errado dos homens e a própria pedofilia.

Ropre acredita que o título da obra 'pedofilia' é que fez chamar a atenção dos deputados, e não as imagens em si. No quadro, uma menina pintada de rosa está no meio de dois homens com o pênis de fora e próximo a ela.

''Só porque tem aquela palavrinha lá, acham que é um incentivo. Meu Deus, a coisa é tão tabu, que a gente não pode nem escrever o termo [pedofilia]''. ''Se o título fosse outro...'', refletiu.

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