Existe um espaço na Vila Sobrinho com vários colchões, cimento, micro-ondas, cano, madeiras, televisão, monitor de computador, mas acredite, não se trata de uma loja de móveis usados ou um comércio que vende aparelhos novos. Estamos falando da rua Miquelino Barbosa, esquina com a rua Fernando de Noronha, que mais parece um depósito de lixo do que um local para tráfego de pessoas e veículos.

Caminhar pelo local é um desafio, pois a calçada está tomada pelo matagal de um terreno, que segundo os moradores, está abandonado. E a rua virou depósito daqueles que estão se desfazendo de coisas velhas e estragadas. Os aparelhos quebrados descartados se misturam com sacos de lixo, resto de entulhos de obras, galhos, pedaços de telhas, entre outros objetos.

Os moradores afirmam que, durante à noite, não existe iluminação no local, facilitando o descarte de lixos. O comerciante Ronis Soares da Mota, 46 anos, que reside na rua Miquelino Barbosa há nove anos, disse ao que as pessoas se aproveitam da escuridão para descartar coisas velhas no local e usuários utilizam o espaço ‘abandonado’ para fazer o uso de entorpecente.

“Desde que eu moro aqui é assim. Uma vez a prefeitura limpou, na época do prefeito Nelson Trad Filho, depois nunca mais. Durante a noite não tem iluminação nenhuma, é muito escuro e facilita a ação das pessoas que querem descartar coisas velhas. Cada dia amanhece com acúmulo maior de lixo. Usuários utilizam o espaço até mesmo de dia para ficar ali fumando”, diz o morador.

Questionado sobre o terreno coberto por um matagal, Ronis destaca que a população não tem conhecimento de quem seria dono do local, que vive tomado por mato e lixo. “Não sabemos de quem é esse terreno, antes ele nem era cercado. Ai um dia amanheceu cercado, mas mesmo sendo cercado, demonstrando que tem dono, vive assim, sujo, servindo de abrigo para usuários de droga”.

De acordo com o morador, algumas pessoas nem esperam a chegada da noite para fazer o descarte de lixo na região. “Já flagramos gente  jogando lixo durante o dia mesmo. Eles são cara de pau, não esperam chegar a noite para descartar, acabam fazendo o descarte de dia mesmo”.

O empresário Aurivan Fonseca da Silva, que reside na Vila Sobrinho há 23 anos, explica que nunca viu a rua deixar de ser depósito de lixo. “A prefeitura algumas vezes já limpou, mas bem poucas. Eu moro aqui há muito tempo e nunca vi essa rua ser diferente, é sempre assim. As pessoas não pensam naqueles que moram aqui perto, elas só pensam na necessidade delas, que é de descartar coisas que não utilizam mais”.