O anúncio da paralisação das atividades Centro Estadual de Línguas de Mato Grosso do Sul, em Dourados e Campo Grande foi feito nesta quarta-feira (26) pela secretária da pasta de educação, Maria Cecilia Amendola da Motta, motivada por contenção de gastos. Em coletiva de imprensa, a secretária chegou a declarar que cortes mais ‘drásticos’ são estudados, como a diminuição de vagas nas escolas estaduais.
Segundo a secretária, o corte com o fechamento do Centro, aberto em 2013, representa economia de R$ 1,2 milhões, em decisão que demonstra a prioridade do Governo do Estado, ‘focar na educação básica, não no que excede’. “Não queríamos fechar, mas oferecer a aula de idiomas que são terceira, segunda, quarta língua, como alemão, italiano, transcende a nossa obrigação. Infelizmente, não há alternativa no momento”, declarou.
Ainda conforme Maria Cecilia, há um número de evasão muito alta dessas unidades, o que representaria um desperdício de verba pública. Além dos idiomas citados pela secretária, eram lecionados também espanhol, francês, inglês e libras, para estudantes da rede pública, professores e população geral.
O números de alunos e funcionários das planilhas da secretaria e a levantada pelos professores apresentam números bastante diferentes. Segundo a pasta, o sistema aponta matrícula de 825 alunos, mas os professores mostram que são, ao menos até o dia 23 de agosto, quando serão encerradas as atividades, 1.423 alunos, divididos em 68 turmas.
No prédio onde ainda está funcionando o centro, será alocada uma coordenadoria regional do estado.
Protesto
Com cartazes, alunos e professores protestaram contra a medida em frente ao prédio da Secretaria Estadual de Educação, no Parque dos Poderes. Eles alegam terem sido pegos de surpresa com a notícia, e se sentem prejudicados, sem perspectiva do que fazer.
Todos os 14 professores da unidade de Campo Grande são convocados, conforme o professor de inglês Geiser Barreto, 28. “A notícia chegou enquanto estávamos de férias, de que estamos desempregados, do nada. Os motivos não convencem, são muitas pessoas que vão ficar sem essa educação, que se estende ao ensino a haitianos, além de professores desempregados”, lamenta.
Novo protesto está marcado para acontecer na manhã desta quinta-feira (27), a partir de 7h30, em frente à unidade da Capital, na esquina das avenidas Tiradentes e Duque de Caxias.
