A notícia que a Prefeitura ofereceu reajuste de 15% aos médicos deixou os funcionários administrativos da saúde revoltados já que, segundo eles, não há reajuste real para a categoria há pelo menos quatro anos. 

“Falam tanto em humanização, em o paciente ser bem atendido quando chega nas unidades, mas estamos há quatro anos sem aumento, é uma situação complicada”, conta uma funcionária. 

Todos pedem para manter o anonimato, mas enviam cópias de holerites antigos e atuais para mostrar a falta de reajuste real nos salários. “Estou há doze anos na prefeitura, quatro anos sem nenhum tipo de aumento. Agora, eu questiono: 'como alguém que sente a exclusão do gestor vai ter motivação para trabalhar?'”, pergunta um atendente. 

Os administrativos trabalham na “frente de batalha” dos postos de saúde. “Tudo acaba recaindo na gente. Depois, qualquer erro, aparecemos na imprensa como vilães e não temos sequer um aceno de aumento e reconhecimento”, reclama. 

Prefeitura diz que não há reajuste e sim incorporação de rendimentos

Em nota, a assessoria de imprensa da Prefeitura Municipal de Campo Grande informou que a prefeitura tem tratado a negociação salarial individualmente com cada categoria e seus respectivos sindicatos.

“No caso dos médicos, dentistas e enfermeiros, o que está sendo proposto é a incorporação no salário base de gratificações que já são pagas pelo município, o que aumentaria em torno de 15% o salário inicial”, informaram. 

A prefeitura negou que seja reajuste real de salário, e por isso não terá impacto nos cofres do município. “É importante frisar que trata-se de incorporação de benefícios e não aumento real de salário, o que não trará impacto aos cofres do município”.