O principal índice da bolsa brasileira, a B3, fechou em forte queda nesta quarta-feira (10), após fechar estável na véspera, à espera da pesquisa Datafolha no final do dia, e com investidores repercutindo as declarações do candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL) sobre a reforma da Previdência e a privatização da Eletrobras.
O Ibovespa fechou em baixa de 2,80%, a 83.679 pontos.
Eletrobras despenca
As ações da Eletrobras recuaram ao redor de 9%. Mais cedo, chegaram a cair acima de 14%. Ações da Petrobras caíram mais de 3%, enquanto os papéis de bancos recuaram com força: Banco do Brasil cedeu mais de 4%; Itaú Unibanco e Bradesco recuaram perto de 3%.
Na noite desta terça, Jair Bolsonaro, candidato pelo PSL, afirmou em entrevista à TV Band que tem resistências em relação à privatização na Eletrobras, citando a área de geração de eletricidade. Ele comentou que, se for eleito, no setor de energia elétrica "a gente não vai mexer", destaca a agência Reuters.
O candidato defendeu a privatização de empresas estatais que deem prejuízo. "Ou até mesmo extinguir”. Mas disse que o setor de geração de energia elétrica será exceção, assim como o “miolo” da Petrobras.
Cotado para assumir o Ministério da Casa Civil em um eventual governo Bolsonaro, o deputado reeleito Onyx Lorenzoni (DEM-RS) disse na véspera que o presidenciável, se eleito, não vai apoiar a proposta de reforma da Previdência apresentada pelo governo do presidente Michel Temer.
Lorenzoni disse nesta quarta ao blog da Andréa Sadi que a campanha tem de duas a três propostas de reforma da Previdência em discussão, em estudo. E que a proposta do governo Temer foi "enterrada" no dia em que Henrique Meirelles e Eliseu Padilha disseram a parlamentares que a proposta em questão era para cinco anos.
Ibovespa nas últimas sessões
Na terça, o Ibovespa ficou estável e encerrou a sessão a 86.087 pontos. Na máxima do dia, o índice chegou a 86.573 pontos. Na mínima, foi a 85.432 pontos. Na segunda-feira, repercutindo o resultado do primeiro turno das eleições, o índice subiu 4,57%, na maior alta desde 2016.