A+ A-

sexta, 26 de abril de 2024

Busca

sexta, 26 de abril de 2024

Link WhatsApp

Entre em nosso grupo

2

WhatsApp Top Mídia News
Entrevistas

28/05/2018 14:13

A+ A-

Com acervo de dez anos, artista aborda hipocrisia e intolerância religiosa em exposição

Conhecido pelas cores e humor nas obras, Roberto Passos abre seu acervo mais ‘obscuro’

Em cerca de vinte anos de carreira, Roberto Passos já espalhou sua criatividade artística de diversas formas, e retorna aos olhos do público na exposição ‘Exposição Flores para Iemanjá’, entre 7 e 17 de junho, na Galeria de Vidro, na Plataforma Cultural, em Campo Grande.

Ele divide, em entrevista ao TopMídiaNews, parte de sua história e inspirações para este e outros trabalhos. Leia abaixo:

TopMídiaNews: Quando e como iniciou seu envolvimento com a arte?

Inspiração é de família, minha vó fazia artesanato, minha mãe pintava pratos, então sempre via elas e tentava fazer igual, desde criança. Depois que cresci, em Campo Grande mesmo, onde nasci, fiquei parado um tempo até decidir que iria cursar artes visuais. Na verdade, meu sonho era fazer artes cênicas ou publicidade, mas não tinha naquela época.

Em 2005, eu fiz uma exposição chamada ‘Pop Pantanal’, inspirada no ‘mau falado’ Romero Britto, mas fiz meu próprio estilo. Essa série bombou na mídia, o artista Jonir Figueiredo me ajudou me apresentando para o meio cultural, e ali eu fui indo.

TopMídiaNews: Qual é o seu trabalho atual e que será exposto?

Essa série eu chamei de ‘Flores para Iemanjá’, e tem uma carga mais agressiva, expressiva. Eu comecei nessa linha em 2007, ainda usando bastante cor, mas uma energia diferente. Tem muita ligação com a realidade.

A maior mudança no meu estilo foi quando o Evandro Prado fez aquela exposição ‘Habemus Cocam’, uma cutucada, aquilo foi um choque pra mim, virei fã. Ali mudou minha visão.

Costumo produzir aos poucos, varia de horas a semanas para cada obra. Há algumas encomendas, mas prefiro manter meu estilo, autoral.

TopMídiaNews: O que quer expressar?

Sou muito ligado em religiões, me encontrei na umbanda e no catolicismo, e o meu foco é mostrar que as pessoas são santas e pecadoras ao mesmo tempo. O que é sagrado e o que é profano nas religiões? O que tem de hipocrisia?  É essa tríade que eu demonstro. Entre oito a dez trabalhos vão para a exposição.

TopMídiaNews: Que materiais costuma usar?

Eu uso as telas e óleo, mas já usei outros materiais. Em 2012, criei uma figura de papel chamada ‘Nossa Senhora do Bom Humor’, e aí elas ‘explodiram’ em Campo Grande, essas foram até pra fora do país. Não fiquei rico, mas fiquei conhecido! (Risos).

TopMídiaNews: E o seu trabalho nas escolas, como é?

Há cinco anos, saí das salas de aula como arte-educador e atuo na biblioteca, com projetos de leitura. A questão da arte-educação é um desafio, não é fácil, vejo que as políticas culturais são ‘encenadas’, o governo não dá o que poderia dar. Então os professores ‘se viram’ como podem.

Creio que o incentivo a arte por aqui também não tem mudado muita coisa, até existem os editais, que não gosto de participar. Há quem vá atrás, pessoas muito boas, mas tem também um pessoal fechado, ficam entre si.

TopMídiaNews: Quais seus outros trabalhos em andamento?

Estou produzindo algo que mistura arte digital com a manual, usando aplicativos para smartphone, de edição de imagens, e depois dar o meu toque fora do digital. Outras personalidades da cultura, amigos meus de Campo Grande, também homenageei nas artes. O que estou produzindo em Hiperfotografia são as séries: DragArt Tour, O Sagrado e o Profano, Santa Hipocrisia. 

Loading

Carregando Comentários...

Veja também

Ver Mais notícias
GOVERNO MS DENGUE ABRIL 2024