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Depois de três anos de queda, abate de bovinos cresce 3,8%

Houve expansão de 2% no abate de suínos, que atingiu 43,19 milhões de cabeças, um novo recorde na série histórica iniciada em 1997

21 março 2018 - 09h55Por Agência Brasil

O abate de bovinos cresceu 3,8% em 2017, após três anos de quedas consecutivas, atingindo 30,83 milhões de cabeças. Houve expansão de 2% no abate de suínos, que atingiu 43,19 milhões de cabeças, um novo recorde na série histórica iniciada em 1997.

Os dados foram divulgados hoje (21), no Rio de Janeiro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Fazem parte da Pesquisa Trimestral do Abate de Animais relativos a 2017.

O estudo, no entanto, constatou recuo de 0,3% no abate de frangos em relação a 2016, depois de quatro anos consecutivos de crescimento. Foram abatidas 5,84 milhões de cabeças de frango.

Os dados indicam, ainda, que a aquisição de leite subiu 4,1% em relação a 2016, chegando a 24,12 bilhões de litros; a compra de couro cresceu 1,3%, no período, enquanto a produção de ovos aumentou 6,7%, totalizando 3,3 bilhões de dúzias, também recorde da série histórica iniciada em 1987.

Pecuária supera crise

O crescimento de 3,8% no abate de bovinos mostra o setor da pecuária do país superando a crise verificada ao longo do ano passado, marcado pela redução da demanda por carne bovina no mercado interno e pela Operação Carne Fraca, da Polícia Federal.

Ao fechar 2017 com abate de 30,8 milhões de cabeças, o setor da pecuária abateu mais 1,1 milhão de cabeças de gado do que em 2016. Esse foi o primeiro crescimento anual após quedas entre 2014 e 2016.

O IBGE disse que, em abril de 2017, o setor acusou queda de 15,6% no abate em relação a março, a segunda maior retração mensal da série histórica iniciada em 1997. Segundo o instituto, os motivos principais foram “a paralisação de atividades e férias coletivas concedidas por frigoríficos da empresa alvo da operação policial”, o que levou a um resultado negativo no segundo trimestre de 2017: queda de 3%.

Outro desafio enfrentado pelo setor, segundo o IBGE, foi o desaquecimento na demanda interna por carne bovina, em razão da crise econômica. “Isso é mostrado pela queda nos preços de todos os cortes de carne. Enquanto o Índice de Preços do Consumidor Amplo (IPCA) de 2017 foi de 2,95%, o filé mignon teve deflação (inflação negativa) de 5,53%, a alcatra, de 4,95%, e a costela, de 2,52%.”

Para a gerente de pecuária do IBGE, Angela Lobão, 2017 foi “um ano desafiador para a pecuária por conta da demanda ainda enfraquecida no mercado interno e da operação Carne Fraca, da Polícia Federal”.

Ainda segunda Angela, contribuíram para contornar a crise “o aumento de 12,1% nas exportações de carne bovina, cujo principal comprador é a Rússia, e a maior oferta de animais devido a investimentos em reprodução para o aumento de efetivos”.

Mato Grosso continuou liderando o ranking nacional no abate de bovinos em 2017, com 15,6% da participação nacional, seguido por seus dois vizinhos do Centro-Oeste: Mato Grosso do Sul (11,1%) e Goiás (10,3%).

Supersafra determina recorde no abate de suínos

A supersafra obtida no ano passado, com a maior produção de cereais, leguminosas e oleaginosas da história do país, foi a principal causa no novo recorde no número de abates de suínos.

Segundo o IBGE, o abate de suínos, que supera o de bovinos desde 2008, aumentou 2% e atingiu novo recorde em 2017: 43,2 milhões de cabeças.

O abate cresceu em 12 dos 25 estados pesquisados. Entre os que têm participação acima de 1%, houve aumento em Santa Catarina (+772,49 mil cabeças), Paraná (+322,56 mil cabeças), Mato Grosso do Sul (+128,18 mil cabeças), Minas Gerais (+100,06 mil cabeças) e Mato Grosso (+75,78 mil cabeças).

Em contrapartida constatou-se queda no Rio Grande do Sul (-334,55 mil cabeças), São Paulo (-81,87 mil cabeças) e Goiás (-69,77 mil cabeças). Santa Catarina manteve a liderança no abate de suínos em 2017, com 26,6% do abate nacional, seguido por Paraná (21,3%) e Rio Grande do Sul (18,6%).

Aquição de leite cresce

Outra constatação do IBGE é que, em 2017, os laticínios sob serviço de inspeção sanitária representaram 24,12 bilhões de litros, um acréscimo de 4,1% em relação ao ano anterior. “É a primeira retomada depois de dois anos seguidos de queda na série histórica anual da aquisição de leite”, afirma o instituto.

A aquisição de 947,29 milhões de litros de leite a mais em nível nacional, no comparativo 2017/2016, resultou do aumento no volume captado em 18 dos 26 estados participantes da Pesquisa Trimestral do Leite.

Os maiores aumentos ocorreram em São Paulo (+313,05 milhões de litros), Santa Catarina (+319,16 milhões de litros), Rio Grande do Sul (+169,40 milhões de litros) e Goiás (+151,95 milhões de litros).

Já a queda mais expressiva ocorreu em Minas Gerais (-116,07 milhões de litros). Apesar do recuo, Minas manteve sua liderança no ranking dos estados, com 24,8% de participação nacional, seguido por Rio Grande do Sul (14,8%) e São Paulo (11,9%).