Onze pessoas tiveram prisão preventiva decretada por envolvimento no sequestro, tortura e esquartejamento de um criminoso rival que vendia drogas para o Comando Vermelho em Campo Grande. Os suspeitos, que pertenceriam ao PCC, jogaram o corpo de José Carlos Louveira Figueiredo, 41 anos, na cachoeira do Céuzinho.

A decisão foi do juiz substituto na 2ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande, Carlos Alberto Garcete de Almeida. A prisão foi pedida pelo delegado titular da Delegacia de Homicídios de Campo Grande, Márcio Obara.

Os suspeitos são membros do PCC e  sequestraram, no dia 18 de novembro de 2017, José e o filho dele, menor de idade, no Jardim São Conrado. Eles foram mantidos em cárcere privado por dias, depois levados para outros esconderijos, no próprio Jardim São Conrado, no Jardim Noroeste, no  Taveirópolis e nas Moreninhas.

Três dias depois, o menor foi liberado. O pai dele ficou prisioneiro até receber sentença de morte das lideranças do PCC. Antes, ele foi interrogado e torturado constantemente. Figueiredo foi decapitado por alguns dos suspeitos e corpo e a cabeça foram envoltos em um cobertor e em sacos plásticos, colocados no porta-malas de um carro e jogados na cachoeira. O cadáver foi achado somente no dia 28 de novembro.

Ainda segundo o Ministério Público, José vendia drogas para a facção rival e ainda teria agredido o filho de um dos suspeitos do crime.

“É evidente que crimes desta natureza – homicídio doloso qualificado, ocultação de cadáver, sequestro, cárcere privado e organização criminosa – trazem em seu bojo inquietação e insegurança à sociedade, notadamente quando há notícia de que procedem de grupos criminosos como o Primeiro Comando da Capital, o que faz emergir o fundamento da ordem pública”, argumentou o juiz ao decretar a prisão.