O ex-governador de Mato Grosso do Sul André Puccinelli era o comandante do esquema criminoso de recebimento de propina, afirmou a Polícia Federal durante a investigação da Operação Maquinas de Lama, 4ª fase da Operação lama Asfáltica. 

De acordo com o pedido de busca e apreensão entregue a Justiça federal, além do envolvimento de André Luiz Cance e João Amorim já investigados na  outras fases da Operação, documentos apreendidos com Cance  apresenta “clara participação” de André Puccinelli no suposto esquema de desvio de recursos, emissão de notas frias e pagamento de propinas.

A Polícia Federal encontrou em posse de André Cance registro de débito de R$ 2,1 milhões chamado ‘NF-806-gráfica Alvorada’, sobre a produção de catálogos da Gráfica Alvorada para o Frigorifico JBS. A Polícia Federal e CGU afirmam que esse valor corresponde a 20% do que o grupo JBS recebeu de incentivos fiscais do governo do estado. Foi encontrado em posse de André Cance uma planilha escrito “VTR Recuperado” que comparados demonstra que os valores são muito próximos do recolhimento fiscal do frigorifico.

“Assim, a nosso ver, fica demonstrado que o referido incentivo fiscal concedido à JBS gerou para tal empresa o pagamento de 20% pela JBS como contraprestação por tal beneficio fiscal, sendo tais pagamentos eram controlados por André Cance. O primeiro pagamento feito pela JBS foi o citado valor de R$ 2 milhões a Gráfica Alvorada, vale lembrar que quando das contratações da gráfica Alvorada pelo governo do Estado em 2014 conforme exposto a respeito das interceptações telefônicas, o proprietário da gráfica efetuou pagamentos de propina a André Cance para ser repassado a André Puccinelli”, cita a Polícia Federal.

Durante as investigações a PF concluiu que André Cance gerenciava o recebimento de propina para ser repassado para o ex-governador André Puccinelli. “Nas interceptações telefônicas é possível verificar que André Cance arrecadava propina para André Puccinelli, entendo estar demonstrado que André Puccinelli era o comandante de todo esquema criminosa do recebimento de propina em questão dos recebimentos fiscais á JBS”, concluiu a investigações.

A Operação Máquinas de Lama descobriu esquema de corrupção envolvendo o pagamento de propina para obter benefícios fiscais. O grupo JBS pagou em um ano R$ 10 milhões em um ano em propina, correspondendo a 20% dos incentivos fiscais dados pelo Governo do Estado. O pagamento ilegal se dava através de notas fria sou superfaturamento de serviços da Gráfica Alvorada.