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Política

30/04/2017 07:00

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Com Odebrecht e reformas, protestos 'verde e amarelo' viram arrependimento e também orgulho

Pluralidade de partidos envolvidos em corrupção decepcionou, mas eleitor ainda acredita no Brasil

Durante os últimos dois anos, uma grande “leva” de manifestações misturava sentimentos entre “Fora Dilma”, “Fora PT”, “Lula na Cadeia” e cartazes com “Eu apoio Sergio Moro”, “Basta de Corrupção” e até mesmo pedindo a volta da ditadura. Agora, com a delação premiada dos Odebrecht e seus executivos, além de quem participava de um grande esquemão de corrupção, o que ficou demonstrado é que não havia escolha de partido e que todos os ex-presidentes vivos do nosso País foram citados de alguma maneira.

Com isso, eleitores que foram às manifestações oscilam entre aqueles que se arrependem e não querem mais participar de movimentos políticos e quem ainda acredita que pode ser feito algo para mudar o país. As opiniões se dividem ainda mais considerando as reformas trabalhista e previdenciária puxadas pelo governo Temer.

Gabriel Inácio, por exemplo, foi até mesmo debaixo de chuva, e sentiu-se constrangido. Seu relato é de um misto de frustração e indignação. “Eu estou nessa de "manifestação" desde 2013. Eu lembro que aqui em Campo Grande teve manifestação três dias seguidos e um debaixo de chuva ainda, mas eu estava lá, todo inocente, isso em 2013. Depois da última que eu fui, pouco antes do impeachment da Dilma, comecei a perceber a hostilidade de alguns "defensores do Brasil", assim como nessa época começaram a sair na mídia umas ligações do MBL com partidos; resolvi parar de ir”, relembra.

Sem ter um partido político definido, ele acha que a exaltação e agressividade dos manifestantes foi o que mais contou. “A  gota d'água mesmo foi aquele episódio em que os paladinos da justiça xingavam a Letícia Sabatella de puta, vadia, vagabunda, só porque a mulher apoia o PT. Depois desse episódio eu cravei na minha cabeça que eu nunca mais colocaria o meu pé em qualquer manifestação convocada pelo MBL”, diz ele sobre o Movimento Brasil Livre.

“O resultado está aí, empresários e políticos que defendiam a pátria amada da corrupção estão sendo investigados ou foram presos. É a hipocrisia reinando, e eu não pretendo mais fazer parte de "lutas" que não levarão a lugar algum”, desabafa.

Quem também compartilha da decepção é Simone Dias Pereira da Silva, que apela inclusive para a oração, já que não vê outro jeito. “Estou decepcionada com tudo isso, não sou de nenhum partido apenas continuo orando para que o Brasil continue sendo revelado cada vez mais essa podridão e que a sociedade comece a mudar os seus valores”, acredita.

Para ela, o brasileiro em si precisa mudar. “Pois é muito fácil falarmos e julgarmos, se cometemos erros em nossa casa, empresa e na sociedade, se sonegamos impostos, colocamos amido em quantidade elevada para ganhar, se carnes estão sendo vendidas vencidas, se não pagamos nosso IPVA, IPTU, se não limpamos nosso quintal, arrumamos nossa calçada, se não deixarmos de fazer gato de energia, água, tv e muito mais. Quando violamos as embalagens em supermercado para pegar um biscoito, balas, bombons e outros. Quando, no estacionamento, ocorre uma batida e como não tem ninguém para cuidar, você simplesmente vai embora, sem se quer dar uma satisfação. São muitas coisas que devemos mudar em nossa casa em nossa atitude”, explana enumerando o que ela chama de ‘pequenas corrupções’.

“Não estou dizendo que justifica o que está acontecendo, mas que devemos sim nos mobilizar, não por partidos, mas sim por nossa sociedade e futuro dos filhos. Ensinar nossos filhos valores, educar em casa e não achar que é obrigação da escola. Devemos fazer nossa parte em oração e atitude sem violência em união e não partidos”, acredita.

Para eleitores, ir às ruas ajudou que lista da corrupção fosse publicada 

Já Marcelly Santos não se arrepende de ter demonstrado sua indignação nas manifestações. “Eu fui e não me arrependo. Tinha que começar por algum lugar. Corrupção nesse país começou desde a chegada dos portugueses querendo comprar a confiança dos índios”, aponta citando a história do país. Para ela, inclusive o movimento da população foi essencial para mostrar muitas coisas que estavam ocultas. “Acredito que o grande movimento da população que trouxe tudo à tona, independentemente de partido político”, defende.

João Geniole também não viu partidarismo no que aconteceu nas manifestações e gostou de ver a “podridão vir à tona”, já que para ele isso deu força para mostrar a corrupção. “O que eu sinto é que grande parte de quem participou das manifestações em nenhum momento demostrou partidarismo, sendo assim está contente com os resultados, sem partidarismo. Agora, quem fez lobotomia, que independente de argumentos ainda defende este ou aquele partido, as vezes até por amor remunerado, estes não tem jeito, esse é como se diz em italiano “fiato sprecato”, ou seja, é palavra perdida não adianta nada”, exemplifica.

Já Wagner Souza vai adiante e pensa na lista inclusive para escolher os próximos candidatos. “Vou apoiar candidatos que não estiverem envolvidos em corrupção e que apresentem soluções. Sem paixonites, sem idolatria”. Apesar disso, para ele, só um caminho “salvará o Brasil” do caos que vive. “Não há muito o que se esperar. Nossos problemas são antigos e somente serão minimizados com a educação de todos”.

E você? Foi nas manifestações? Se arrependeu ou não?

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