O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Junior Mochi (PMDB), definiu a votação da reforma da previdência, nesta terça-feira (28), como a sessão “mais tumultuada” da história da Casa de Leis.  Por 13 votos a sete, os deputados aprovaram a reforma, apesar dos insistentes protestos dos servidores públicos.

“Esta não é uma Casa acovardada. Em reunião, nós decidimos que, em sinal de respeito à população, resolvemos fazer a sessão aqui nesta Casa, mesmo o regimento permitindo que fizéssemos reunião secreta fora daqui para votar hoje. Nós tentamos, desde o início, criar o diálogo entre o governo e os servidores”, declarou.

Segundo ele, os deputados tentaram entrar em um acordo com os sindicalistas, mas eles foram irredutíveis mesmo com a possibilidade da previdência falir por causa da inércia do poder público. “Avançamos muito, mas infelizmente os servidores não tem o entendimento em relação ao projeto. Foi feito para resolver a situação do Estado, se não fosse feito nada, iria à falência”.

Em relação ao uso de gás lacrimogêneo sobre os manifestantes, instalação de bloqueios e até armas apontadas para servidores, Mochi alega que “houve abuso dos dois lados” e, por parte da Assembleia, vai fazer investigação sobre os acontecidos. Sobre as pessoas que foram agredidas, ele disse que prefere não opinar antes de ver as imagens e também não sabe se irá registrar boletim de ocorrência por conta da porta de vidro quebrada.

Sobre valer a pena o desgaste com os eleitores, Mochi complementa que “não é questão de valer a pena ou não. A essa Casa cabe colocar os projetos em pauta. A matéria encaminhada é de competência exclusiva do Executivo, o que coube a nós foi promover o debate e nós fizemos. Desde o dia que o projeto entrou na Casa, nós dialogamos com os servidores. Eu mesmo me reuni com dezenas de servidores, a nossa parte nós fizemos”.