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há 10 anos

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De Campo Grande, músico ganha reconhecimento no Brasil sem apelar para o sertanejo universitário

Poucos conseguiram

Otávio Neto é um campo-grandense que nasceu com a missão de usar o seu dom para ajudar as pessoas. Por influência da família e amigos, acabou muito cedo se interessando pela música popular brasileira e religiosa. E hoje, depois de produzir 60 cds, tem um vasto trabalho ao lado de artistas como Léo Verão e Daniel Freitas, Guilherme e Santiago, Sandra de Sá e Fat Family e não precisou apelar para o sertanejo universitário para ganhar reconhecimento.


Filho de um índio terena com uma mineira, descobriu a música ainda na infância. Seu pai, um advogado que trabalhou mais de trinta anos na Funai, também era pastor e cantor. Já sua mãe ganhou a vida como economista, mas sua verdadeira paixão era ser musicista e organista.


Pela influência familiar, se interessou por música religiosa, gosto que reflete no seu trabalho até hoje. Porém, ele afirma que sua praia não é cantar “evangeliquês”, e sim contextos bíblicos como amor, vida e consequência dos próprios atos.


“Eu não canto o evangelho que se ouve na igreja, porque o público que eu quero atingir não é a turma que está lá dentro. Eu acho que preciso levar a minha verdade para as pessoas que não estão na igreja.”


Outra influência que recebeu quando criança foi da Música Popular Brasileira. Aos cinco anos fez amizade com um vizinho, o saudoso sambista Osvaldo Silva. “Quando eu era menino ele me ensinou a ouvir Tom Jobim, Vinicius de Moraes, Lupicínio Rodrigues e Pixinguinha”, relembra.


E foi assim que Otávio começou, em apresentações no colégio e em corais da igreja. “Eu lembro que me apresentava na escola cantando Tom Jobim. Graças a Deus aprendi a amar primeiro a música brasileira”, comenta.


(Foto: Divulgação)


Na adolescência descobriu a música soul norte americana, tendo como principal referência o rei do pop, Michael Jackson. E no Brasil, virou fã do trabalho de Ed Motta. “Quando eu descobri o jazz eu pirei e é isso que eu tento fazer até hoje, jazz misturado com o samba.”


Começou a trabalhar profissionalmente em um estúdio de gravação em 1994, aos 18 anos. De lá para cá já morou em Curitiba, em São Paulo e em Florianópolis, onde foi diretor de uma gravadora. Também trabalhou como diretor musical do grupo Fat Family, assinou arranjos de duplas como Guilherme e Santiago e se apresentou ao lado de Sandrá de Sá e Gwen Letters, backing vocal de Stevie Wonder.


Hoje, aos 39 anos, depois de produzir pelo menos 60 discos de diferentes gêneros e artistas, vê seu trabalho como uma forma de ajudar músicos que estão começando e levar uma mensagem positiva aos que ouvem seu material. “Eu sigo um trabalho meio missionário musical”, conclui.


“Muitos do que me ligavam era um pessoal que não tinha dinheiro, era gente desconhecida, iniciando a carreira. Eu fiz um trabalho muito popular ajudando eles.”


Em 2010 Otávio fez a produção musical e a direção artística do projeto “Brasil Canta MS”, que passou por seis capitais brasileiras. Recentemente ele produziu o último álbum do grupo Forró Zen, da dupla Leo Verão e Daniel Freitas e da cantora Marina Dalla, isso regionalmente. A nível de Brasil, em 2013 fez os arranjos de uma música do novo álbum da dupla Guilherme e Santiago.


Para o futuro ele pretende lançar um álbum duplo onde vai cantar suas “raízes inteiras” em estilo, mas para públicos diferentes. Em um disco ele vai fazer músicas voltadas à igreja, para Deus, que considera sua principal raiz. No outro álbum ele vai fazer músicas contemporâneas. Ambos os discos terão o mesmo estilo musical, que mistura funk, soul e musica brasileira com algumas musicas instrumentais que eu fez com sua antiga banda, a Aldeia Black.


Na época que morou em Florianópolis conheceu o músico Luiz Meira, que se tornou seu amigo desde então. Amanhã, dia 20 de fevereiro, o cantor, compositor, produtor musical, diretor artístico e multi-instrumentista campo-grandense divide o palco com o guitarrista da cantora Gal Costa no Lendas Pub, a partir das 21h.


No repertório da apresentação, Neto e Meira irão misturar as respectivas influências musicais, apresentar canções próprias e também improvisar em temas clássicos. Os dois artistas recebem para uma participação o músico Jerry Espíndola, o tecladista paulistano André Freitas (Black Rio, Tony Gordon, Vanessa Jackson) e o DJ Pedro Pereira. Além de Adriel Santos (bateria) e Gabriel Basso (baixo).


“É tudo muito simples mas é recheado de honestidade musical. Os músicos que estão tocando comigo são parceiros de muitos anos. Eu acho que eu sou um multi-sonhador que está afim de expressar algo que está dentro de mim e não tem tamanho. Em cima disso, a minha música é minha expressão e mais nada.”

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