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04/02/2014 06:00

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No trote, veteranos dão conselhos e calouros reclamam da saudade de casa

A bicharada está solta!

Com a chegada de 2014, muitos jovens tiveram que se preparar para ingressar na faculdade. Pelas chances maiores de crescimento profissional, vários deles largam o conforto da casa dos pais, no interior, para morar sozinhos, estudar e trabalhar na Capital. Além da ansiedade, pelo fato de ser tudo novo, eles precisam superar a distância da família e as tentações que a liberdade oferecem.


Já no primeiro ritual que marca a iniciação de muitos na faculdade, que é o trote, eles podem ter uma prévia de tudo o que será oferecido durante os anos até a colação de grau. Em um posto de gasolina próximo a universidade, no dia da acolhida, eles encontram um “open” de bebida, música, paquera e diversão. E o melhor: Sem ninguém para puxar a orelha.


Aline Mayumi Kimura, de 21 anos, está ansiosa para estudar fora. Ela acaba de sair de Sonora, interior do Estado, para morar na maior cidade de Mato Grosso do Sul: Campo Grande. “Primeiramente a gente amadurece, porque ficar longe de pai e mãe não é fácil. A partir do momento que você sai de casa, é um mundo completamente diferente. A gente tem que sobreviver sozinha”, ressalta a estudante.


Ela está matriculada no primeiro semestre do curso de Medicina Veterinária, que é o mais caro oferecido pela Universidade Católica Dom Bosco. Logo, se ela não levar a sério seus estudos, estará jogando fora o dinheiro dos pais. Mas a jovem garante que isso não vai acontecer. “É mil trezentos e sessenta e um o valor, se não me engano. Festa tem em qualquer canto, eu vim realmente para estudar”, afirma.


Veteranos organizam trote para celebrar a entrada dos "bichos" na universidade. (Foto: Renan Gonzaga)


Aline divide as despesas de casa com uma amiga, também universitária, que veio da cidade de Ribas do Rio Pardo. Uma atitude normal entre os estudantes que buscam economia. E por falar em gastos, quando a jovem sente saudade da família tem que se contentar com ligações, pois a passagem custa R$ 70,00 para ir e R$ 70,00 para voltar, em 8h de viagem. “Quando eu fico com saudade eu sento e choro (risos). Isso tudo pesa, não é barato”, comenta.


Para se manter, ela arrumou um trabalho em uma empresa de segurança, onde conseguiu conciliar os horários para poder estudar e trabalhar ao mesmo tempo. E mesmo assim ela afirma estar preparada para quando tiver que fazer os estágios obrigatórios: “Eu vou me virar, vou ter que dar um jeito. Minha mãe falou que se não tiver como ela me ajuda financeiramente”.


Por outro lado, existem aqueles que já passaram por tudo isso e falta pouco para terminarem o curso. Matheus Cantarelli, também com 21 anos, é estudante de Engenharia Mecânica na UCDB e garante estar “praticamente” no sétimo semestre. “Em Engenharia a gente cai muito de grade”, justifica o veterano.


Ele veio de Costa Rica, interior de Mato Grosso do Sul e teve que aprender sozinho a administrar sua casa e principalmente a sua vida. O pior, segundo o jovem, é ficar longe dos pais, sem roupa limpa e passada, casa limpa e comida pronta. Mas, apesar da dificuldade, tudo vale como aprendizado.


Matheus está no sétimo semestre e já passou por poucas e boas em sua vida de universitário. (Foto: Renan Gonzaga)


A vantagem é poder levar uma mulher para dormir com você, sair e voltar na hora que quiser”, analisa Matheus. Essa liberdade, segundo o jovem, é o ponto positivo e também o ponto negativo da vida dos universitários. “Você não tem pai para mandar você ir para a aula. É a sua opinião, vai se você quer (sic). Mas eu sou muito responsável nessa parte”, garante.


No seu quarto ano de faculdade, ele consegue prever tudo o que Aline e centenas de outros sul-mato-grossenses vão passar em 2014. E por conta da experiência pode dar dicas com conhecimento de causa para os calouros. “O conselho que eu dou é para ir devagar, escolher um curso que vai dar conta ou que você queira e se esforçar muito. No começo todo mundo festa muito, mas a vida não é feita só de festas. Você vai aprender a dar prioridades na sua vida”, finaliza.

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