Quem olha o sucesso da corretora rural Paula Gobbo, que atua na profissão há aproximadamente três anos, não enxerga os desafios que ela precisou enfrentar para alcançar o que conseguiu.

Na adolescência, se encontrou na dança do ventre e, ao conversar com amigos, decidiu criar a escola de dança Litani, ficando muito conhecida no meio artístico e em eventos sociais e corporativos.

Anos depois, decidiu dar mais um passo na vida e iniciar o curso de arquitetura, no qual se formou e passou a atuar em diversos projetos na capital sul-mato-grossense.

Porém, ao entrar em um relacionamento, os objetivos ficaram em segundo plano e Paula decidiu focar no matrimônio.

Nove anos depois, o divórcio fez com que a então arquiteta tivesse sua vida virada de cabeça para baixo.

"A vida da gente é assim, é surpreendente. O divórcio foi uma fase da minha vida que mudou em um giro de 360°. Eu tinha uma aparente vida que parecia um comercial de margarina, e de repente tudo virou de cabeça para baixo, e eu iniciei uma fase de muita dificuldade", contou.

Para ela, não só a parte financeira, como a psicológica também foram afetadas, afinal, precisou recomeçar do zero a vida que deixou de ter após tantos anos de casamento.

"Por sorte eu estava rodeada de pessoas muito bacanas, que não só me estenderam a mão e me deram um suporte emocional, como também me deram outra visão, me ajudaram a enxergar (a vida) de outra forma".

Assim, com a ajuda de amigos que ela considera como verdadeiros irmãos, começou a se reerguer e passou a trabalhar com projetos de arquitetura novamente, conquistando a cartela de clientes que havia ficado no passado.

Porém, como o retorno financeiro não era imediato, aceitou o conselho de um amigo e investiu no curso de corretagem imobiliária, uma vez que poderia unir os conhecimentos de arquitetura com o novo ofício.

Após concretizar o curso, recebeu ajuda do amigo Rodrigo Ferzelli, dono de uma imobiliária, e que conhecia há anos, dando a ela a chance de atuar na profissão com todo o suporte necessário.

"Ele foi um suporte que eu estava precisando para perder o medo, focar e correr atrás. Ele fez o papel de um irmão".

Porém, após algumas tentativas de vender apartamentos, contou para o amigo que as coisas não estavam dando certo como esperado, mas, dessa vez, aproveitou a oportunidade para unir ao seu sonho.

"Em uma conversa com o Rodrigo ele disse: 'Paula, mas no que você acredita?'. Eu respondi dizendo que acredito no agro", afirmou.

Mesmo ele ficando em dúvida se, de fato, essa seria uma boa alternativa, Paula decidiu arriscar e seguir no meio rural, trazendo algo novo para a imobiliária.

Porém, o início da carreira coincidiu com a chegada da pandemia. Entretanto, após passar por tantas coisas, afirmou que isso não a tiraria do foco para crescer na área.

"Enquanto uns choram, outros vendem lenços. E eu decidi vender lenços. Eu vou seguir em frente, eu vou vender fazenda, vai ficar bom para esse mercado aqui. E de fato ficou", afirmou.

Depois de enfrentar tantos desafios impostos pela vida, ela deixa como recado para aqueles que passam por algo parecido, que não desistam dos sonhos em hipótese alguma.

"Não desistir e não deixar que as adversidades te barrem, te congelem. Que você olhe para os problemas como uma oportunidade para crescer", finalizou.