Após a repercussão da denúncia de descaso no atendimento, o Hospital Regional de Campo Grande internou, na manhã deste sábado (16), a gestante de 39 anos que aguardava há uma semana pela realização de uma cesariana. O caso havia sido revelado pelo marido, de 35 anos, que relatou as dores e riscos enfrentados pela esposa, em gestação de alto risco e com 40 semanas e 5 dias.
Segundo ele, a internação ocorreu logo após a divulgação da situação. A equipe médica confirmou a necessidade da cesariana e o procedimento já foi incluído na fila de cirurgias da unidade.
"A minha esposa está internada desde a manhã deste sábado. Está esperando para ver se fazem a cesária. Já marcaram a cirurgia, mas ainda tem uma cesária na frente da minha esposa. Estou confiante que vão fazer. Só quero ir embora com minha esposa e filho em paz", disse o marido.
Na denúncia feita anteriormente, ele havia relatado que a esposa sofria contrações há dias, sem evolução no trabalho de parto, e que a família vinha enfrentando negativa de atendimento no Hospital Regional, além de dificuldade para conseguir encaminhamento em outras unidades.
Segundo ele, a esposa sofre com contrações frequentes, fortes dores e até episódios de febre, mas o procedimento vinha sendo recusado. "Ela está há uma semana com contrações, com dor, mas não queriam fazer a cesárea. Queriam induzir o parto natural mesmo ela sendo de alto risco", contou o marido.
A data prevista para o nascimento era 8 de agosto. O casal afirma que recebeu orientação para ir ao hospital naquela sexta-feira (8) para realização do parto, mas ao chegar foram informados de que não havia nenhum procedimento agendado e acabaram mandados de volta para casa.
Desde então, a gestante apresenta contrações a cada cinco minutos, sem evolução de dilatação. "Ela tem só um dedo de dilatação há duas semanas. Mesmo com contrações, a dilatação não aumenta. A barriga dela endurece, o nenê empurra, mas a bolsa não estoura".
Segundo o esposo, diante da negativa no Hospital Regional, o casal foi encaminhado para a Maternidade Cândido Mariano, mas recebeu a informação de que a unidade não tem estrutura para cirurgia de alto risco.
"A médica da maternidade disse que o Regional não poderia ter feito isso e mandou a gente voltar para lá. Aí começou o jogo de empurra: tentamos UBS, Santa Casa, mas sempre mandam de volta para o Regional", relatou.
A situação fez com que a gestante permanecesse em casa, deitada quase o tempo todo por não conseguir andar devido às dores. "Ela vive deitada, está com dor. Já abri três reclamações na ouvidoria, mas não resolveram nada. Tenho medo de divulgar o nome dela e ela ser maltratada no hospital".
O Hospital Regional foi procurado, mas não respondeu até a publicação desta matéria. O espaço segue aberto para manifestações futuras.









