O deputado federal Beto Pereira (PSDB) solicitou a prisão do empresário Domingos Sávio de Castro, acusado de ser um “falso corretor” que atuou em um esquema fraudulento envolvendo aposentados e pensionistas. As denúncias foram feitas durante o depoimento de Domingos na CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Investigação) do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), na terça-feira (28), em Brasília.
“Domingos Sávio é um falso corretor que utilizou da expertise para demonstrar o que estamos ao longo desta comissão desvendando”, afirmou Beto, destacando que o empresário teria captado empresas para realizar descontos indevidos e criado empresas de fachada para lavar dinheiro desviado.
Segundo o deputado, Domingos possui vínculos diretos com Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, e é visto como um “secretário-executivo ou adjunto do Careca”. Durante o interrogatório, Beto questionou por que Domingos não havia assinado o termo de compromisso de “dizer a verdade”, mas o empresário optou por permanecer em silêncio em várias perguntas.
“Estamos observando a peça chave desse esquema. O senhor participou de duas pontas: como procurador de associações e também com empresas laranjas”, acusou o deputado, apresentando evidências de que uma das empresas fraudulentas estava registrada em nome de Domingos, “inclusive na sua própria pessoa física”.
Beto também relacionou o caso a fraudes anteriores, como a operação Strike, que expôs golpes em precatórios, e criticou a transferência da suposta expertise de Domingos para o “Careca do INSS”: “Você tem realmente uma expertise muito grande e transferiu essa habilidade para aquele que diz ser um conhecido de longa data, o Careca do INSS”.
A Polícia Federal identificou que Domingos Sávio teria recebido mais de R$ 10 milhões em transações suspeitas de empresas intermediárias ligadas a entidades, envolvendo pessoas físicas e jurídicas relacionadas ao empresário.
Reconhecendo o trabalho do relator, deputado Alfredo Gaspar (União l-AL), Beto comentou que “todos os apontamentos foram feitos de forma primorosa”, e solicitou ao presidente da CPMI, senador Carlos Viana (Podemos-MF), que Domingos fosse preso, mesmo que a justiça conceda fiança. “Precisamos mostrar que estamos cumprindo nosso papel de forma firme”, concluiu, enfatizando a necessidade de uma posição da comissão diante das graves irregularidades investigadas.







