Em vídeo que circula pela internet, Adélio Bispo de Oliveira, apontado pela polícia federal de ter desferido um golpe de faca contra o candidato à presidência da República, Jair Bolsonaro (PSL), em Juiz de Fora (MG), revelou em audiência de custódia, que o motivo do ataque foi político e revelou que se sentia ameaçado pelo candidato. Adélio está preso há quatro dias no Presídio Federal de Campo Grande.
Durante o depoimento feito à juíza feral Patrícia Alencar de Juiz de Fora (MG), Adélio confessa o crime, a pedido da sua defesa. "O incidente, o imprevisto, terminou de forma problemática. [Ocorreu por] discordâncias em certo pontos e diferenças, não saberia me expressar. O fato ocorreu e houve o ferimento. Poderia dar uma resposta, um susto".
Ao ser questionado se o motivo era político, Adélio afirma: "pelo discurso da pessoa referida, me sinto ameaçado e cedo ou tarde, ele vai cumprir aquilo que tem falado".
Durante o depoimento na audiência de custódia, Adélio ainda revelou que já teria feito o uso de medicamentos, mas que "há um bom tempo que não visitava um médico".
Veja o vídeo:
Agressões
Adélio ainda descreveu o que fez depois que deferiu o golpe contra Jair Bolsonaro. "Havia um portão de um pequeno comércio, me jogaram lá dentro. Depois chegou mais polícia e houve uma série de interrogatório", comentou.
O homem ainda revela que houve muito tumulto. "Fui preso depois de um certo incidente, fui bem espancado e dominado pela polícia, espancado pelos militantes. Agredido por pedaço de pau", disse à juíza.
Durante o depoimento ainda revelou que foi levado para a sede da Polícia Federal onde permaneceu preso. Após horas, pediu a presença de um advogado, mas recusou que alguém entrasse em contato com a sua família.
Adélio ainda disse que quando entrava no camburão levou um soco de um policial. Na prisão, o homem revela como foi a relação com os demais presos, onde além dele, havia mais seis e disse que não foi ameaçado. "Dentro da cela não, pessoal muito humano. Todo mundo se respeita".
E revelou que as agressões verbais partiam de agentes federais. "Me chamavam de bicha de veado e iriam me colocar em cela para ser estuprado por um negão. Que eu tinha acabo com sonho, de terem um presidente, pisavam no meu pé como eu estava descalço com o coturno".
Transferência
Adélio entrou em um avião da Polícia Federal (PF), após passar a noite em um centro de detenção provisória na cidade até chegar em Campo Grande. A transferência para um presídio federal foi tomada em comum acordo entre a juíza federal Patrícia Alencar, que ouviu Adélio no dia do ocorrido (7), em audiência de instrução.
O Ministério Público Federal e a própria defesa do acusado também concordaram com a transferência. O objetivo era garantir sua integridade física, já que poderia ser morto dentro do sistema prisional comum.