A greve do transporte coletivo de Campo Grande foi motivada pela falta de pagamento dos motoristas de ônibus. A decisão de parar totalmente foi tomada durante uma assembleia realizada na manhã de quinta-feira (11) ,nas garagens entre o STTCU (Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Coletivo Urbano) e os trabalhadores.
O sindicato detalhou que a paralisação foi motivada pela falta de pagamento do vale de novembro, do décimo terceiro e do salário dos motoristas.
Após optarem pela greve, foi feito o pagamento de 50% do valor aos funcionários. No entanto, a decisão se manteve já que a opção era receber tudo ou parar totalmente caso apenas parte dos débitos fossem pagos.
Enquanto isso, o Consórcio Guaicurus alega não ter dinheiro para realizar de forma correta a manutenção salarial dos funcionários, já que estaria com uma dívida que ultrapassa os R$ 15 milhões. Os valores teriam sido detalhados a prefeitura dias antes dos trabalhadores serem avisados, mas nada havia sido feito.
A empresa responsável pelo transporte coletivo em Campo Grande alega que o déficit nas contas tem sido gerado pelos atrasos nos repasses da prefeitura da Capital, que devia mais de R$ 370 milhões para as empresas, segundo laudo elaborado pelo IBEC (Instituto Brasileiro de Estudos Científicos) a pedido do próprio consórcio e apresentado à CPI do Transporte Coletivo da Câmara Municipal.
Segundo o levantamento, entre 2013 e 2024, o Município teria provocado desequilíbrio econômico-financeiro no contrato de concessão, firmado em 2012, ao não repassar valores e aplicar reajustes tarifários abaixo do previsto.
A perícia calculou que as chamadas "receitas inauferidas", ou seja, o que as empresas deixaram de arrecadar no período, chegam a R$ 466,8 milhões. Desse total, a Prefeitura teria concedido R$ 89,7 milhões em subsídios, o que resulta no valor final de R$ 377 milhões ainda em aberto.
O IBEC apontou 16 fatores que comprometeram o equilíbrio da concessão. Entre os principais, estão a redução artificial dos reajustes, a aplicação de índices menores que os contratuais e a fixação de tarifas sem base na legislação vigente.







