Uma idosa de 69 anos foi vítima de importunação sexual e agressão durante um baile da terceira idade em um clube localizado na Rua Panambi Vera, bairro Tijuca, em Campo Grande. O caso, confirmado pela família, terminou com a prisão em flagrante do suspeito, mas a vítima também relata ter sido expulsa e arrastada pelos cabelos por uma funcionária do local.
Segundo a filha, a mãe estava no baile quando foi surpreendida por um homem que colocou a mão em suas partes íntimas. "Um homem pegou nas partes íntimas dela lá dentro e o responsável não fez nada a respeito. E ainda levaram meu padrasto, que tentou defender ela, jogaram ele no chão. Depois minha mãe foi arrastada por uma funcionária pelo cabelo e jogada lá fora", contou.
Ela afirma que a idosa ainda tentou chamar a polícia, mas foi pressionada pelo estabelecimento a não registrar a ocorrência. "Quando ela tentou chamar a polícia, o dono do lugar pediu pra ela não chamar. Eu fiquei sabendo depois, fui lá tentar conversar e saber da história, mas chamaram segurança pra mim e não me deixaram entrar", relatou.
Apesar disso, a Polícia Militar foi acionada pela idosa e equipes da Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) compareceram ao local. O agressor foi preso em flagrante e levado à delegacia, conta a filha.
Como a agressão sofrida pela idosa foi registrada em outra unidade, ela também teve que comparecer posteriormente à Polícia Civil para fazer boletim de ocorrência e exame de corpo de delito. A idosa ficou machucada e, de acordo com a filha, abalada emocionalmente.
"Ela foi arrastada pelo cabelo. Inclusive, ela cortou o cabelo, ela não quer mais ter cabelo no ombro, cortou bem curtinho. Ela ficou deprimida, com medo de tudo. Já fazia tratamento médico, mas agora está tomando remédio para dormir, porque tem muito pesadelo", relatou.
O padrasto da filha também saiu ferido. "Meu padrasto ficou com ferimentos no braço, porque ele foi jogado lá fora. Ele estava tentando defender minha mãe quando o homem pegou nela. No tumulto, não entenderam e jogaram ele, e quando ela disse que não era ele, derrubaram minha mãe e arrastaram pelo cabelo", disse.
Para a filha, além da violência sofrida, a forma como o caso foi tratado dentro do clube causou ainda mais revolta. Segundo ela, quando questionado, o clube teria tratado a idosa como se estivesse embriagada e responsável por vandalismo, postura que, segundo a família, agravou a situação e expôs a vítima a mais humilhação e mentira.
"Quando o clube foi questionado, eles responderam como se a minha mãe fosse bêbada e tivesse fazendo vandalismo. Isso piorou tudo, porque além de não acolherem, ainda estão acabando com a imagem dela", afirmou.
A idosa registrou ocorrência, fez corpo de delito e segue em acompanhamento. A filha lamenta a falta de apoio e diz que a mãe vem sendo alvo de julgamentos mentirosos.
"Estou defendendo a minha mãe como defenderia qualquer idosa ou idoso, porque o que a pessoa pensa? ‘Eu vou dar parte, vou falar, mas ninguém vai acreditar em mim’. É o que está acontecendo com a minha mãe. Muitas pessoas apoiam, mas muitas estão detonando a gente. Então, a vítima acaba virando ré na história. É muito ruim isso, muito ruim porque a pessoa já não está bem e ainda tem um monte de gente julgando", concluiu.
O caso da agressão foi registrado na Polícia Civil, no entanto, ainda segundo familiares, há resistência de possíveis testemunhas em depor por medo de represálias. O agressor segue preso após a intervenção policial.
O estabelecimento foi procurado e questionado quanto a denúncia, porém não respondeu até a publicação desta matéria. Pelas redes sociais, o estabelecimento publicou uma nota de esclarecimento:
Eu como responsável pelo Bomd+ venho aqui informar: Estou no Bomd+ desde 2012 como responsável, um pouco mais de 13 anos. Nesse período milhares de pessoas passaram por aquele club e nunca ocorreu nenhum tipo de reclamação em relação ao mal trato com o cliente, tanto que nosso indicie de aprovação nas redes sócias é de excelência, com 100% de integridade e com mais de 11 mil seguidores.
Se estou naquele club é porque tenho amor a todos aqueles nossos clientes/amigos, sempre falo respeitosamente “amo meus veinhos”. Respondendo a mulher que fez a gravação, e todos que viram o ocorrido, o objetivo é ser transparente. Ninguém do club tocou na mãe dela.
A mãe dela começou jogar mesas e cadeiras (inclusive quebrando algumas), e uma dessas mesas acertou uma cliente que estava próxima. Essa cliente trabalha como segurança, não segurança do club, em outro local (explicando a profissão porque ela tem a prática), essa cliente imobilizou a mulher que estava jogando as mesas e colocou para fora do club, porque também poderia acertar e machucar outras pessoas.
Lá 90% é da terceira idade, se leva risco aos outros, precisa retirar. É uma prática em qualquer lugar do mundo. O marido da mulher que foi retirada continuou alterado, o diálogo foi tentado mas não conseguiram, então foi retirado também, mas não jogado como descreve no vídeo.
Todos que lá trabalham são sempre orientados a resolver no diálogo, essa é a nossa prática. Mas aqui está aberto para quem quiser elogiar ou reclamar de algo. Procuramos ter essa transparência, quem realmente viu comente por favor, quem frequenta a casa também.









