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Campo Grande

21/01/2018 07:00

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Mãe abre mão de tudo da casa e faz bazar para custear tratamento de Ana Vitória

Família abre a casa neste domingo com produtos de R$ 0,50 a R$ 500

Após um parto complicado, veio ao mundo Ana Vitória, que tem no nome a representação do que significa os seis meses de vida da bebê. A mãe, Geninha, como é carinhosamente chamada, prefere não falar ainda do parto tão sofrido que fez com que a menina passasse os primeiros 83 dias de vida em uma UTI Neonatal, mas junto com o marido Chico, se a bebê tem nome vitorioso, o sobrenome da família é luta.

Dona de um sorriso de derreter corações, Ana precisa de atenção especial o tempo todo e o quartinho que era para ser aqueles comuns de crianças, se tornou uma extensão do ambiente hospitalar. E os gastos? São tão grandes que a família resolveu fazer um bazar para auxiliar no tratamento da bebezinha.

O “bota fora” acontece hoje (21), domingo, que é um dia para estar com as famílias, por isso ela mesma abriu a casa da família. O bazar será realizado neste domingo (21), das 9h às 17h, na casa da avó de Ana Vitória, na Rua Humberto de Campos, 209, Vila Célia. Os produtos serão vendidos a partir de R$ 0,50 e o preço máximo será de R$ 500,00. A família disponibilizará maquininha de cartão para valores maiores, mas dá preferência para dinheiro em espécie.

Abrindo a casa e o coração

“Abrimos nossa casa porque os gastos que estamos tendo são bem altos. Nossas economias já foram. Fizemos rifas, venderemos ainda o carro, também paramos de trabalhar, porque ela precisa de cuidados constantes”, explica a mãe.

E é a esperança de ver Ana ter uma vida independente que fez com que Geninha desapegasse, e o bazar vai oferecer bolsas e botas das marcas Capodarte e Dumond usadas apenas uma vez. De vestuário, são peças nos tamanhos 40 e 42 e calçados de numeração 34 e 35.

“Estamos correndo atrás como podemos para ajudar no desenvolvimento dela. A Aninha tem chances de recuperação e é em cima disso que a gente está indo. Mãe é capaz de fazer qualquer coisa”, suplica Geninha.

Ela conta que serão produtos semi-novos e tudo bem cuidado. “São as nossas coisas que estamos tirando para vendar. Tapete, eletrodomésticos, móveis, roupas e sapatos em bom estado. O que eu usava para trabalhar e sempre mandei lavar em lavanderia”, especifica a mãe.

História de lutas e vitórias

Dona de “bochechas de almofada de fofura”, Ana Vitória nasceu em julho do ano passado e, desde então, trava uma luta diária. Primeiro foram 83 dias internada e entubada na UTI do Hospital Regional, em Campo Grande, e, agora, em casa. O quartinho planejado para a primogênita do casal teve que dar espaço a todo o aparato necessário para garantir qualidade de vida ao bebê.

“Era para ela estar super bem, saudável, mas, infelizmente, o parto trouxe complicações”, afirma a mãe, psicóloga, Genilaine Araújo Alves, de 38 anos. A família sustenta que houve negligência médica e violência obstétrica, o que fez com que Ana Vitória dependesse de traqueostomia e sonda gástrica para respirar e se alimentar.

A menina tem apresentado aos médicos uma boa resposta ao tratamento que custa em média 4 mil reais mensais. “É uma equipe de especialistas em reabilitação, porque ela está usando traqueostomia e se alimenta através da gastro, então precisa de um trabalho focado e muito eficaz, para ela conseguir deglutir, sugar e respirar de forma eficiente sem depender destes procedimentos”, ressalta Geninha.

Fora o tratamento, a família comprou aparelhos de aspiração. Só um deles custou cerca de 3 mil reais. “Investimos porque a vida dela depende deles. Como ela não consegue engolir a salivinha, a gente tem que aspirar, se não ela pode até se afogar”, conta a mãe. O tratamento com terapeutas ocupacionais e fisioterapeutas é coberto pela Unimed, plano de saúde pago pela mãe de Geninha, avó de Ana Vitória.

O casal também conta com a ajuda de amigos e familiares, mas na conta ainda entram os materiais como alimentação e seringas. “Por isso nossas economias já foram, mas não me arrependo. Pela minha filha, sou capaz de fazer qualquer coisa”, completa. 

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