Com documento em mãos que comprovam seu direito a uma chance de manter a própria vida, o acesso de Marta Luzia Santos Martins, 31 anos, a medicamento para tratar câncer de mama trava na Casa da Saúde, da Secretaria Estadual de Saúde (SES), em Campo Grande. A justificativa seria a de que não há mais disponibilidade do remédio e há processo de compra, mas nenhuma previsão de entrega.
Foram recebidas as nove primeiras doses de Kadsyla, que custariam R$ 16 mil cada e são aliados da quimioterapia por diminuir os efeitos colaterais, mas as três últimas não têm previsão de serem entregues. Na época em que conseguiu a liminar judicial para obter o tratamento gratuitamente, em fevereiro, Marta não foi informada sobre o motivo de não receber todas as doze doses.
“Mas logo que comecei a tomar, em abril, já vi melhora enorme. Eu estava entre a vida e a morte, com expectativa do médico de uma semana de vida, com metástase no fígado e pulmão. Sem esse medicamento, eu não consigo sobreviver”, relata a auxiliar administrativa, que deixou o trabalho há dois anos para buscar a cura, em tratamento realizado no Hospital de Câncer Alfredo Abrão.
Após apelo sobre a situação em seu perfil em rede social, com centenas de compartilhamentos, a história sensibilizou advogado em oferecer ajuda jurídica gratuita a ela. Nesta semana, Marta também procurou auxílio da Defensoria Pública de Saúde.
“Meu tipo de câncer é o mais grave que tem, e a medicação acaba na próxima semana. Tenho dois filhos, uma menina de cinco anos e um menino de 10, minha preocupação além de mim é com eles”, diz.
Resposta
A reportagem do TopMídiaNews entrou em contato com a SES (Secretaria Estadual de Saúde), que coordena a Casa da Saúde. A assessoria de imprensa respondeu, em nota, que a paciente teria medicação até outubro e que a compra para continuidade do tratamento da paciente está empenhada com devido trâmite licitatório.
Contudo, não foi estabelecido prazo para a chegada do medicamento.