O estudante indígena Bryan Soares, idealizador do Miss Indígena Charm, produtor independente e apresentador, conduziu mais uma edição do concurso que celebra a beleza, representatividade e resistência cultural dos povos originários no Mato Grosso do Sul.
Bryan, que se forma em Direito ainda este ano, explica que o evento nasceu em 2014, quando ele e outros jovens realizavam feiras culturais na Aldeia Marçal de Souza, primeira aldeia indígena urbana do país. Segundo ele, o Miss surgiu como forma de resgatar e fortalecer a ancestralidade do povo Terena em Campo Grande, promovendo não apenas o artesanato local, mas também a prática da cultura dentro da capital, encarada como um ato contínuo de resistência.
Nesta edição, 20 candidatas indígenas de todas as regiões do estado disputaram o título de Miss Indígena Charm, em uma noite marcada por emoção e grande participação da comunidade. As vencedoras de anos anteriores, Vitória Antônio e Ana Malheiros, desfilaram na abertura junto à Miss Mato Grosso do Sul, Hemilly Bruno, que também integrou o corpo de jurados.
Antes da competição, o público assistiu a uma apresentação especial do grupo de danças tradicionais da Aldeia Marçal de Souza, que reforçou o caráter cultural do evento e encantou os presentes. Durante a noite, a quadra esportiva da Escola Municipal Sulivan Silvestre foi sendo tomada pelo público até ficar completamente lotada.
O concurso virou filme: o curta-metragem “Miss Indígena Charm”, com onze minutos de duração, registra o desfile das candidatas, a crescente movimentação do público e os bastidores da celebração. A trilha sonora tem participação especial da Orquestra Indígena, com direção musical do maestro Eduardo Martinelli, que acaba de retornar de turnê pela Europa, enriquecendo ainda mais a atmosfera da produção.
O curta será exibido nesta sexta-feira, dia 28, às 20h, na Aldeia Urbana Marçal de Souza, celebrando mais uma vez a força da cultura indígena e o trabalho contínuo de valorização e visibilidade encabeçado por Bryan Soares.









