A espera por atendimento no INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) tem se tornado um verdadeiro desafio para moradores de Campo Grande. Ana Claudia Gonçalves, de 32 anos, relata que está tentando conseguir a perícia para o benefício do INSS desde fevereiro de 2025, mas enfrenta atrasos sucessivos e falhas recorrentes no serviço.
Segundo Ana, a primeira perícia foi marcada para julho, mas o médico responsável estava de atestado. “Remarcaram para outubro, e só consegui receber dois meses referentes ao período que fiquei afastada, cerca de seis meses no total”, contou. A situação se agravou porque Ana ficou afastada por conta de uma gravidez de alto risco, e o INSS demorou três meses para liberar qualquer pagamento, inicialmente concedendo apenas R$ 400.
Além disso, Ana enfrenta limitações físicas. Ela está impossibilitada de retornar ao trabalho por conta de tenossinovite de Quervain, uma inflamação nos tendões da mão, e sua perícia foi novamente reagendada para fevereiro de 2026. “Conforme vai passando o tempo, o atestado perde a validade e acabo não recebendo os meses de benefício correspondentes”, explicou.
O esposo de Ana também enfrenta dificuldades semelhantes. Ele está tentando obter auxílio-acidente desde que sofreu um acidente há um ano. “O INSS só fica remarcando e não há previsão concreta para o atendimento. É um descaso total”, relatou.
Ana denuncia que o caos no atendimento prejudica especialmente quem vem de outras cidades para a perícia. “Hoje mesmo, havia pessoas com crianças, embaixo de chuva, esperando do lado de fora porque não podem entrar. É um descaso com a população”, afirmou.
Além dos atrasos, Ana critica a falta de comunicação do INSS, que não informa sobre falhas no sistema nem oferece alternativas para evitar o deslocamento desnecessário de quem precisa do serviço. Para ela, a situação evidencia um problema estrutural no atendimento: “O sistema falha, os médicos estão de atestado, e quem precisa do benefício acaba sofrendo prejuízo financeiro e emocional. É um absurdo”, concluiu.
A reportagem entrou em contato com o INSS, pedindo resposta sobre o caso e não tivemos resposta até o fechamento.








