Luzia Ramos, de 61 anos, é uma das vítimas da tragédia ocorrida em agosto de 2024 no Nasa Park, em Campo Grande, quando uma barragem rompeu e destruiu diversas propriedades ao redor. Nove meses após o episódio, ela afirma que segue sem receber os valores acordados judicialmente como indenização.
Segundo Luzia, o acordo de R$ 150 mil foi firmado no dia 11 de dezembro de 2024, na Promotoria de Justiça, e previa o pagamento em três parcelas, com início no dia 11 de abril de 2025. No entanto, nenhum valor foi depositado até o momento, quase dois meses depois.
“Infelizmente eles não quiseram pagar. Dinheiro eles têm, mas falta humanidade, falta respeito”, desabafou Luzia.
O acordo foi homologado pelo Ministério Público e deveria beneficiar não apenas ela, mas outras vítimas. Mesmo com os compromissos formalizados, nenhum dos beneficiários recebeu qualquer valor.
A nova previsão de pagamento foi adiada para 11 de junho, mas Luzia se mostra cética. “Se não pagaram a primeira, vão pagar a segunda?”, questionou.
A situação financeira da idosa é crítica. Após perder tudo no episódio, inclusive a casa onde morava com o filho, ela passou a depender da solidariedade de amigos e familiares. Atualmente, vive na casa do pai de seus filhos, próxima à antiga residência, e conta que não restou "nem uma colher".
Antes da tragédia, ela trabalhava como autônoma na venda de queijos mineiros com o filho. “Hoje não temos nem como comprar mercadoria para revender. O pouco que tínhamos acabou e só ficaram as dívidas”, lamentou.
A reportagem entrou em contato com a advogada Alice Adolfa Plöger Zeni, que representa o Nasa Park no caso, e ela afirmou que a primeira parcela da indenização vence somente em junho. "Todas as pessoas que celebraram acordo receberão as parcelas pontualmente nas datas estipuladas", disse.