Mulher negra, acompanhada do filho de seis anos, denuncia desconfiança sistemática dos seguranças da Minilife, loja de chineses, na Barão do Rio Branco, em Campo Grande. Ao passo que só ela era alvo dos olhares dos vigilantes, questiona: ‘’sou uma ladra em potencial?’’. 

Conforme a denúncia, postada no grupo do Facebook ‘’Aonde Não Ir em Campo Grande’’, a reclamante conta que usava short e chinelo. 

Ainda segundo o relato, ela ponderou que é alta (1,80 cm), tem cabelos longos e vermelhos, o que lhe traz destaque em meio à multidão. No entanto, sugere que a cor da pele foi fundamental para que os seguranças a acompanhassem em todos os corredores da loja. 

‘’Nesse meio tempo, mais de 15 pessoas entraram na loja, mas parecia que somente eu importava, somente eu, 'uma Ladra em potencial'’’, enfatizou a cliente.  

Não bastasse o ‘’acompanhamento tático’’ dos vigilantes, a mãe garante ter ouvido a comunicação de um segurança para outro, via rádio. 

‘’Está aí do seu lado. Olho aberto’’.  

A postagem detalha que uma amiga da mulher a encontrou e se indignou com a situação, a ponto de acionar a gerência, quando foi indicada uma funcionária. 

‘’... disse que entendia o trabalho deles, mas que poderia ser mais discreto e que qualquer uma das dez pessoas brancas na loja poderiam ter roubado algo, enquanto o segurança estava  preocupado comigo’’, desabafou a consumidora à funcionária. 

Ao concluir o relato, a cliente ainda se questiona se a desconfiança se deu pela roupa, cabelo ou cor, mas que ‘’foram os minutos mais desconfortáveis e humilhantes que passei’’. 

Denúncias

Em junho de 2020, um ex-funcionário acusou os proprietários da loja de homofobia. Dias depois, surgiram queixas de outra trabalhadora, por exploração trabalhista e desrespeito até com os clientes. 

Tentamos contato telefônico com a loja, mas não atendeu e deixamos recado na caixa postal. O espaço está aberto à Minilife.