Mulheres de detentos que cumprem pena na Penitenciária Federal de Mato Grosso do Sul voltaram a protestar na tarde desta quinta-feira (19), em frente a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/MS), contra maus-tratos sofridos pelos presos dentro da unidade. Alguns deles estão fazendo greve de fome como forma de protesto.

Conforme Sibéria Cesário, 29 anos, os detentos estão sofrendo vários tipos de tortura dentro do presídio. ''Eles são agredidos fisicamente, com spray de pimenta e com gás lacrimogêneo. Além disso, o pátio do local está precário, toda vez que chove alaga, a comida oferecida sempre está estragada e atendimento de saúde não existe, sempre dizem que não há vaga na enfermaria", contou. A esposa também diz que os visitantes são constantemente humilhados pelos agentes. 

O marido de Maria Bernadete, 43 anos, cumpre pena no estabelecimento federal há dois. ''Faz um ano que meu marido está sentindo muita dor na barriga, precisa de um raio-x, mas nunca foi feito. Ele precisa de um medicamento e mandaram que eu mesma comprasse, porque o presídio não tem para oferecer".

Segundo Maria, a maneira com que o presos estão sendo tratados está crítica. ''Ontem meu marido escovou os dentes com o sabonete que toma banho porque não tinha creme dental".

Conforme o presidente da Comissão dos Direitos Humanos da OAB/MS, Christopher Scapinelle, as mulheres dos detentos foram ouvidas no dia 6 de abril e o juiz Dalton Igor Kito, corregedor do Presídio Federal, notificado sobre as denúncias.

''Informamos o juiz federal, que já solicitou a apuração dessas questões e oficiou o diretor do presídio e notificou a empresa responsável por oferecer a refeição aos presos''. Ainda conforme Scapinelle, o juiz também determinou que algumas marmitas fossem recolhidas e encaminhadas para perícia.