Tentando fazer com que não caía no esquecimento, amigos e professores de Maxelline da Silva dos Santos promovem um manifesto, na tarde do próximo domingo (20), no Canteiro Central da Orla do Aeroporto, próximo à Casa da Mulher Brasileira, em Campo Grande.
A intenção é fazer barulho para que as autoridades competentes não deem uma pena mais suave para Valtenir Pereira da Silva, hoje com 37 anos, principal suspeito de ter cometido o assassinato de sua ex-namorada com um tiro na cabeça.
O crime aconteceu no dia 1° de março de 2020. Desde então, após muitas idas e vindas, o julgamento do acusado está marcado para o dia 23 deste mês.
Para o professor Victor Areco, um dos organizadores do movimento, a iniciativa é para que o julgamento não passe batido e a pena para o feminicídio, cometido há dois anos, ainda seja justa.
Campanha nas redes sociais está reunindo as pessoas e a expectativa é que tenha muita gente, entre familiares, amigos e comunidade.
"A gente está manifestando para mostrar para o poder publico que a gente está acompanhado", disse o professor.
Areco ainda explicou que o manifesto não é exclusivamente para Maxelline, mas também como forma de deixar todas as pessoas atentas e acompanhar o desdobramento de todos os outros feminicídios que aconteceram em Mato Grosso do Sul - só neste início de ano foram 9 no Estado.
O organizador lamenta que o julgamento não esteja aberto ao público. "Por isso antecipamos o manifesto", declarou.
O caso
Maxelline da Silva dos Santos, 28 anos, manteve um relacionamento de 7 meses com o guarda municipal Valtenir Pereira da Silva, 35 anos, suspeito de matá-la com um tiro na cabeça, durante um churrasco entre amigos, na madrugada deste domingo (1º).
O crime ocorreu na Rua Aruajá, no Loteamento Nova Serrana, próximo ao Jardim Noroeste, em Campo Grande.
A informação sobre o relacionamento do casal consta no boletim de ocorrência registrado pela vítima no dia 17 de fevereiro, no qual ela solicita medida protetiva contra o suspeito e informa sobre a separação.
Na ocasião, o registro foi feito como ameaça e violação de domicílio.