Presidente do bairro Cohab, na região sul de Campo Grande, a professora Iracema Cardoso, coordenadora do projeto “Gentileza gera Gentileza”, disse, nesta quarta-feira (15), que “mães estão fazendo rodízio de padrasto” durante audiência pública que tratava do caso da menina Sophia Ocampo, morta aos 2 anos e 7 meses, pela mãe e padrasto. 
    
A professora lembrou que, há mais de 20 anos, uma estudante foi encontrada morta e estuprada em um motel de Campo Grande, local que fora fechado posteriormente.  

Ela também afirmou que crianças e adolescentes estão sendo violentadas diariamente nos bairros da cidade. E seguiu indicando o comportamento de mães como problemático.

“Peço aos senhores que tenham olhos para a periferia. A periferia está pedindo socorro, vou usar um termo. O que está acontecendo com nossas crianças é porque, infelizmente, as mães estão fazendo rodízio de padrastos”, disse ela.

A professora afirma que conversou com crianças e mães e orientou os menores a gritar e pedir socorro em situação de abuso ou perigo.

O comentário de Iracema sobre as mães e seus relacionamentos gerou reações de aprovação e reprovação por parte do auditório que acompanhava a audiência, afinal as mães costumam ser tão vítimas quanto os filhos, sendo o caso de Sophia uma exceção.

A fala perpetua o machismo estrutural, que busca culpar as mães por serem mulheres, ao invés de apontar o real predador, que é o homem que se aproveita da confiança de eventuais companheiras.

O caso 

Sophia de Jesus Ocampo, foi assassinada e estuprada aos 2 anos e 7 meses, pela mãe, Stephanie de Jesus da Silva, de 24 anos, e o padrasto, Christian Campoçano Leitheim, de 25 anos.

O pai Jean Carlos Ocampo se emocionou e pediu justiça durante audiência pública na Câmara.

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