Exatos 26 minutos depois da decisão do Tribunal de Justiça, que suspendeu o processo de retirada dos moradores da Cidade de Deus, a Prefeitura Municipal de Campo Grande conseguiu uma reviravolta no caso removendo uma ação que o próprio município havia apresentado e pedia a reintegração da área.
Conforme a assessoria da prefeitura, em 2014, Gilmar Olarte (PP), que ainda estava à frente da administração do município, havia entrado com um agravo contra a decisão do TJ para a reintegração da Cidade de Deus. O agravo foi julgado favorável nesta quinta-feira (10), mas minutos após a decisão, o município entrou com um pedido de desistência do agravo que foi acatado pela Justiça, portanto, as mudanças das famílias para outras regiões da cidade deve continuar.
Ontem, a Justiça suspendeu a liminar atendendo entidades que denunciam a truculência na forma que a prefeitura agiu durante a remoção dos “barracos”. A decisão foi tomada pelo desembargador Paulo Alberto de Oliveira.
A transferência de mais de 300 famílias que residem na região do Dom Antônio Barbosa, começou na manhã da última segunda-feira (7). Os moradores ainda estão muito apreensivos, porque não foram informados para qual área de Campo Grande que mudarão e o único local revelado foi o Bairro Loteamento Vespasiano Martins, que é perto do Aterro Sanitário de Campo Grande, fonte de renda de muitos.
Uma equipe da prefeitura passou, na sexta-feira passada (4), para fazer o cadastro de todos que residiam na região. A princípio, está tudo civilizado visto que há um forte aparato policial acompanhando as mudanças diariamente.