A Santa Casa de Campo Grande, maior hospital de Mato Grosso do Sul, por onde passam cerca de 40% de todos os atendimentos de urgência e emergência da Capital, é alvo de denúncia de segregação de pacientes. Relacionado ao uso dos elevadores, o suposto privilégio seria concedido a pessoas atendidas por convênio ou por meios particulares.

“Atualmente na Santa Casa de Campo Grande ocorre a discriminação de pacientes do serviço único de saúde, o SUS. Estão sendo impedidos de utilizar o elevador social, ficando a mercê dos elevadores mais antigos, que sempre apresentam problemas de funcionamento, além de serem também usados para transporte de pacientes, lixo hospitalar entre outros”, revela denunciante, que preferiu não identificar.

O relato da situação à reportagem do TopMídiaNews acompanha uma captura de tela de suposta orientação sobre quem deveria ser priorizado para utilizar o equipamento. A ‘ordem’ teria sido dada por uma chefe de enfermagem, em um grupo de WhatsApp. Leia abaixo:

“Boa tarde, Solicitamos a todas as lideranças que orientem aos seus funcionários:

Elevador social é exclusivo para pacientes de Particular e Convênios. Há um grande fluxo de funcionários e de acompanhantes de pacientes SUS e está dificultando o transporte da linha privada, em determinadas situações entram primeiro no elevador, deixando pacientes no aguardo de outro elevador. Constrangedor.

Com relação aos acompanhantes do SUS, solicitamos a parceria da Gerente de Hotelaria a fim de orientar os acompanhantes que os elevadores a serem utilizados são somente do hall do S2”.

O nome e o número de telefone da autora do texto foram ocultados na imagem ao lado.

Ainda segundo a denúncia, “com frequência esses elevadores destinados aos pacientes e acompanhantes do SUS estão sempre lotados, dificultando o trânsito dos visitantes ou acompanhantes. Além disso, pessoas do serviço de hotelaria têm ficado à porta do elevador social para questionar se as pessoas que utilizam aquele elevador são SUS, particular ou convênio, demonstrando claramente a discriminação que acontece, isso é apenas uma de tantas”.

A suposta funcionária que teria enviado às recomendações no grupo de mensagens não atendeu às tentativas de contato da reportagem.

Resposta

A assessoria do hospital nega toda a situação denunciada, citando que todos os elevadores estão em plenas condições de funcionamento, apesar de antigos. Seriam seis deles no prédio principal e dois no prédio do Prontomed.

Segundo a resposta, há um mal entendido sobre o uso dos equipamentos, e não partiu da diretoria nenhum tipo de orientação sobre qualquer favorecimento a pacientes. “Nos elevadores do prédio principal não pode subir carrinho de limpeza e nos do Prontomed, não cabe maca, mas todos são de uso geral para qualquer tipo de paciente e transitam centenas de pessoas todos os dias”, afirmou um representante do setor de comunicação.