Ketyellenn Valejo Duarte, de 26 anos, enfrenta uma corrida contra o tempo para garantir o tratamento do filho, Kalleb Gabriel, de apenas 9 meses. Além da luta pela vida do bebê, a jovem mãe tem que superar os desafios impostos pela rede pública de saúde.
Ela relata que Kalleb nasceu com uma cardiopatia congênita, uma malformação no coração que ocorre durante a gestação, enquanto o órgão ainda está em desenvolvimento. Esse problema pode comprometer a estrutura ou a função do coração, interferindo no fluxo sanguíneo.
Segundo a mãe, o bebê passou por uma cirurgia e enfrentou 80 dias de internação na Santa Casa de Campo Grande. No entanto, Kalleb precisa de medicamentos controlados e, desde sua última consulta, não conseguiu mais atendimento. A receita médica venceu e nenhuma farmácia aceita a antiga.
Em setembro do ano passado, Kalleb foi atendido no hospital, onde recebeu uma nova receita e um retorno foi agendado para dois meses depois. Ketyellenn, como orientado, marcou a consulta, mas percebeu que a chamada estava demorando. Ao procurar um posto de saúde para verificar o andamento do agendamento, foi surpreendida com a informação de que o nome de Kalleb não constava mais no sistema.
“Como o Kalleb nasceu em abril, ele só faz acompanhamento na Santa Casa durante seis meses, e então tiraram o nome dele do sistema. Agora, o atendimento deve ser feito apenas pelo SUS (Sistema Único de Saúde)”, explicou a mãe.
Indignada, Ketyellenn retornou à Santa Casa e informou aos profissionais que o filho precisava urgentemente de acompanhamento médico. Foi informada que a médica responsável pelo caso de Kalleb está sem atender no hospital por tempo indeterminado, devido à falta de pagamento.
Ao buscar uma solução, as funcionárias do hospital, de forma rude, sugeriram que ela procurasse outros hospitais da rede pública para verificar se a médica estava atendendo.
Após as reclamações, o nome de Kalleb foi inserido novamente no sistema, mas sem previsão de quando ele será atendido. Enquanto isso, o bebê está sem acompanhamento especializado em cardiologia e sem os medicamentos necessários para o tratamento.
“As farmácias não aceitam a receita antiga, e para conseguir uma nova, preciso que ele passe por consulta com a médica. Eu preciso de atendimento para o meu filho, preciso de um cardiologista. Me sugeriram procurar um médico particular, mas a consulta custa R$ 900, e eu não tenho condições de pagar”, desabafou Ketyellenn.
A reportagem procurou a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) e aguarda um posicionamento sobre a situação da criança.