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Cidades

Com pressão nas alturas, mulher recebe mais coices que peão em adestramento na UPA Vila Almeida

“Quem vai em posto as 2 e pouco da manhã para dar voltinhas?", critica paciente indignada

26 janeiro 2021 - 07h00Por Nathalia Pelzl e Diana Christie

Uma moradora usou o grupo do Facebook Aonde não ir em Campo Grande para fazer uma reclamação do atendimento da UPA (Unidade de Pronto Atendimento) da Vila Almeida, na Capital. 

“Cheguei em torno de 2 e pouco da manhã, na UPA quase vazia, mesmo assim, com um só balconista, uma pessoa para triagem e a médica (nome suprimido) e uma demora absurda, será que este local está com falta de profissionais? Depois da demora injustificável, expliquei a doutora [...] que fazem 4 dias que minha pressão está alta, acima de 16, muita dor de cabeça, dor no pescoço absurda, e a diabetes estava muito alta também, que não estava me sentindo nada bem”, começou na postagem. 

“Ela me disse que eu não tinha nada, que minha pressão 16/10 não havia motivos de estar ali, que deveria buscar atendimento em uma UBS, pois ali era uma UPA”. 

Na postagem, a mulher reforça que, como era domingo, as UBS não atendem, por isso, procurou a emergência. 

“Quem vai em posto as 2 e pouco da manhã para dar voltinhas? Ainda com voz alta e em tom arrogante, me perguntou porque eu estava buscando atendimento naquele horário, disse que estava trabalhando e, ainda com grosseria, me falou até agora, trabalha onde? Então voltei a perguntá-la o porquê então da dor, ela disse que era caso de dipirona, isso mesmo dipirona”, reforçou indignada. 

A mulher conta ainda que reclamou da dor no pescoço, sendo informada pela médica que ela tinha duas opções, fazer tratamento em casa, ou tomar injeção. 

“Nessa hora já estava tão perplexa com a má vontade, arrogância, já que ela não falava, ela berrava, que preferi tomar remédio em casa. Quando saí, minha irmã que foi me acompanhar, pois, estava muito preocupada, me perguntou o motivo dela gritar, que ela tinha escutado quase tudo do lado de fora”, revelou. 

APOIO 

No grupo do Facebook, a moradora recebeu apoio de outras pessoas, que relataram terem sido maltratadas na unidade de saúde. 

“Meu pai tava com a pressão 16/08, dor de cabeça e teve sangramento pelo nariz, mandaram pra casa, na madrugada teve um AVC quase 30 dias no hospital regional até melhorar, quem mandou ele embora pra cada, com dipirona? Os médicos maravilhosos que temos na UPA vila Almeida”, desabafou integrante do grupo. 

“Isso é apenas um relaxante muscular, e se sua pressão estava 160x10 o procedimento era te medicar e ficar em observação até estabilizar sua pressão para ser liberada. Só acho que os órgãos competentes deveriam tomar alguma providência”, reforçou outro. 

“Mulher, você não precisa se desculpar por ir no UPA de madrugada, hospital é público, podemos procurá-lo a qualquer hora, o problema é a profissional irresponsável e arrogante que te atendeu. no mais, vá no UBS se você ainda estiver sentindo dores, isso não é normal e pelo que você contou está há dias com elas, se cuida, beijos, não se culpe”, complementou outra. 

SESAU 

Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde respondeu que, "em situações como esta, a orientação é de que a pessoa formalize a denúncia através da Ouvidoria da SESAU pelo telefone 67-3314-9955 para que sejam tomadas as medidas cabíveis necessárias. A Sesau reforça que esse tipo de atitude relatada pela paciente não condiz com o comportamento dos profissionais atuantes na unidade e lamenta o ocorrido".

Já sobre a eventual demora no atendimento, a Sesau declarou que "cabe esclarecer que o atendimento nas unidades de urgência e emergência obedecem uma classificação risco, sendo priorizados pacientes em situações mais graves. Casos classificados como azul e verde, ou seja, quando não há risco de morte, o tempo protocolar de espera é de até 4 horas. A prescrição do medicamento mais adequado é um ato do médico considerando a avaliação realizada".