O Guarda Municipal Reinaldo Marques de Mattos, 39 anos, é um dos pacientes que foi infectado e curado da covid-19 em Mato Grosso do Sul. Ele teve alta há um mês do Hospital Proncor, em Campo Grande.
Nesta semana, ele conversou com o TopMídiaNews e relatou como foi todo o processo da descoberta, recuperação e, agora, a vida pós-covid. Ele é sobrinho da primeira vítima morta pelo novo coronavírus na Capital.
“Quando fiquei sabendo que um parente teve, solicitei para fazer o exame, pois já estava há 4 dias com febre. No mesmo dia, o doutor Sandro Benites entrou em contato comigo, já é conhecido da família há anos, e pediu para estar no consultório dele”.
O tratamento, segundo ele, começou antes mesmo dos sintomas ficarem mais evidentes. “Já no outro dia estava iniciando o tratamento com a hidroxocloroquina e azitromicina, antes mesmo do resultado do exame sair, tudo antecipado. Depois fui para o hospital, pois estava há mais de 5 dias com febre, 3 tomando os medicamentos e a febre não parava definitivamente”, lembra.
Mesmo no hospital e com a febre, o servidor relata que não teve problema com a respiração. “Na minha visão estava normal, mas foi verificado um início de pneumonia bilateral e o sangue não estava recebendo o oxigênio normalmente, como deve acontecer no pulmão. Médicos já me informaram que iria ser internado por uns dias para tratamento. Não fui entubado. Penso que tive o melhor tratamento”.
Recuperação
No dia 25 de abril, Reinaldo teve alta e, desde então, tem evitado sair de casa e está tomando algumas medidas preventivas.
“Fiz um isolamento pessoal, de evitar sair à toa até o dia 14, só ia para o serviço, pois lá não tem expediente de noite, mesmo assim tomando todos os cuidados possíveis. Hoje tenho saído nas ruas usando máscara e cuidando onde vou tocar, sempre usando álcool em gel”.
Conforme o servidor, durante todo esse período, o que mais tem discutido é o preconceito sobre a covid-19 e as preocupações futuras.
“A covid é uma doença que não sabemos por completo todas as reações, não sabemos se futuramente terei alguma sequela, tipo ser mais favorável a pegar uma pneumonia, simples que for, mas muitos nos discriminam por serem leigos e não entenderem que cada um deve se proteger e tomar os devidos cuidados”.
Ele pontua que é intrigante o ‘desleixo’ da população diante dos cuidados orientados pelas autoridades de saúde.
“O que fico impressionado é ver a população cobrando ações dos políticos nas redes sociais e, quando sai na rua, não se cuida. O uso da máscara nesse momento é fundamental, e não porque um político a ou b falou para usar, mas acredito que se cada um manter o distanciamento, se cuidar, nós estaremos evitando a propagação. Temos visto tantas cidades que fizeram isolamento no papel, mas a população não parou e nem se cuidou e hoje estão com tantas mortes e infectados”, finaliza.