A falta de medicamentos de alto custo tem deixado mães a beira do desespero. Aos dez anos, Luyla Gabrielle de Souza, já convive com a rotina diária da insulina. Por ter diabetes graves, desde que tinha um ano e nove meses ela toma a do tipo “Lantus”.
O problema é que há meses a mãe dela, Regina Silva, tenta pegar o medicamento no CEM (Centro de Especialidades Médicas) e sempre “dá com a cara na porta”, como ela mesmo diz. E para manter a saúde da filha, Regina, que ganha um salário mínimo, gasta pelo menos R$ 1 mil reais.
“A injeção custa caro e ela tem receita de tomar duas vezes ao dia e da outra vez, fizemos reportagem, afirmaram que seria reposto, mas ainda assim não consegui pegar”, conta a mãe que tem feito vaquinhas, dívidas e contado com a ajuda de pessoas próximas.
Segundo ela, cada injeção tem o valor de R$ 105 e a filha não pode ficar sem. “Vamos lá no CEM e só dizem que não tem, não dão uma data, não informam o que realmente acontece e até dizem que a prefeitura não vai mais comprar, só que não temos como comprar, e a vida dela depende disso”, lamenta.
Em contato com a assessoria de imprensa da Prefeitura, a informação foi que houve um “hiato” no fornecimento, pois a administração anterior deixou uma grande demanda pendente. “O fornecimento destes medicamentos que estavam em falta há pelo menos seis meses foi regularizado em março deste ano, mas como existia uma demanda reprimida muito grande o estoque não foi suficiente para atender a todo o período previsto até que fosse novamente reposto”, informou a assessoria.
Agora, a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) informou que precisa de pelo menos mais 30 dias para renovar o estoque. “O processo de uma nova aquisição já está em andamento, mas é preciso respeitar o trâmite burocrático. Se tudo ocorrer dentro da normalidade, a previsão é de que novas remessas cheguem entre 30 a 45 dias”.