Levantamento nacional, que apresenta o Índice de Necessidade de Creche, mostra que mais de 5 milhões de crianças de 0 a três anos precisam desse tipo de serviço no País. Em Mato Grosso do Sul, esse índice é de 41% a 50%, ou seja, quase metade das crianças nessa faixa etária precisa desse amparo.  

O indicador foi criado pela Fundação Maria Cecília Souto Vidigal e foi medido em famílias que são pobres, as que são chefiadas por apenas uma pessoa adulta ou porque suas mães ou principais pessoas cuidadoras trabalham. 

Dados do INC mostram que, no ranking nacional, Mato Grosso do Sul tem índice intermediário, de 41% a 50%, um cenário que é preocupante. 

A diretora de Relações Internacionais da Fundação Maria Cecília Souto Vidigal, Heloísa Oliveira, explica que o estudo não foi criado para mostrar quem está ou não matriculado em uma creche e sim dar subsídios aos prefeitos entenderem as características da população e ajudar no desenho de políticas públicas na área. 

Oliveira faz um destaque importante, que mostra que a demanda por creche pode ser muito maior do que os dados oficiais. 

‘’...essa demanda é espera pela chamada “fila da creche” mantida pelas prefeituras. A família foi até a escola e manifestou interesse, está na fila de espera. Mas as famílias mais vulneráveis desconhecem esse direito, e não chegam a procurar uma escola para solicitar a inclusão na fila’’, refletiu a estudiosa. 

Outro ponto preocupante mostrado nesse estudo, segundo o G1, é sobre as mães que seriam economicamente ativas, ou seja, trabalhariam fora caso houvesse vaga em creches. O estudo chegou a esse grupo levando em conta a proporção de crianças em idade pré-escolares (de 4 a 6 anos) que moram em famílias não pobres e não monoparentais, mas têm mães que trabalham.

Os pesquisadores notaram que essa proporção é mais alta do que entre as crianças menores. “A diferença entre as duas proporções indica que a falta de creches está tirando estas mães do mercado de trabalho. Se as duas proporções fossem iguais, seria possível supor que não existe problema de oferta de creche para este grupo”, diz o estudo.

EMEIs foram expandidas em 2020. (Foto: André de Abreu)

Campo Grande

O déficit de vagas para crianças de 0 a 3 anos e 11 meses é de 7.740, segundo a Secretaria Municipal de Educação, a Semed. As demais etapas, diz o órgão, a partir de 4 anos completos até 31 de março, a matrícula é obrigatória e neste caso a secretaria atende todas as crianças.

A educação infantil na Capital tem 104 Escolas de Educação Infantil (EMEI's). Atualmente, a Semed diz atender 18.367 mil crianças. Em 2020 foram oferecidas 6,5 mil novas vagas nas Emeis, Em 2019 foram 18.309 crianças matriculadas nessas unidades.