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Cidades

28/04/2019 13:30

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Popular Brasil afora, projeto para alimentar animais de rua nem tem chances em Campo Grande

Apesar da boa intenção, outros animais poderiam comer e transmitir doenças para os seres humanos, diz vereador

Criado em 2017, na cidade paulista de Americana, o projeto 'AlimentaCão' tem como objetivo instalar 'comedouros' em áreas públicas para alimentar animais - cães e gatos - que estariam em situação de abandono. Em Campo Grande, o projeto provavelmente não vingaria, uma vez que a Lei Complementar Municipal 79/05, sancionada pelo ex-prefeito Nelsinho Trad (PSD), proíbe a população de alimentar estes animais sob risco de aplicação de multa.

É o que explica o vereador Francisco Veterinário (PSB). "Olha, eu tenho conhecimento deste projeto que existe fora do Brasil. Mas aqui, traria alguns inconvenientes e podendo trazer risco de transmissão de doenças".

Segundo o parlamentar, o problema seria com relação a população de ratos. "Há uma população de ratos que vivem nas galerias da rede de esgoto. Com a instalação destes comedouros, os animais poderiam sair dos bueiros e comer essa comida, além de urinar em cima delas. E isto, poderia causar doenças nos animais que ali estariam, bem como para a população", explica.

Francisco lembra que o CCZ (Centro De Controle De Zoonoses) realiza periodicamente o controle da população destes animais. "Nós sabemos que há uma população considerável onde há galerias, como por exemplo, próximo da Rua Maracaju, há próximo ao Mercado Municipal, próximo do Rui Anhanduí. São áreas antigas e que apresentam grande quantidade de roedores".

Boa ação ou maus-tratos?

Outro fator lembrado pelo parlamentar é a Lei que impede que a população alimente animais abandonados em vias públicas da cidade.

"Há um tempo havia uma senhora que jogava ração para os felinos nas calçadas ali no bairro Vila Alba. Mas o que acontecia? A rua era de via dupla e os animais começaram a ser atropelados. Chegou a ter uma população de 200 felinos e isso trouxe um problema para a região. Por mais que houvesse a boa ação, também caracterizou maus-tratos, uma vez que os animais acabavam atropelados", comenta.

Devido a situação semelhantes, o projeto sancionado na época do ex-prefeito Nelsinho Trad. Hoje prevê multa com valor entre 100 a 1 mil ufir (Unidade Fiscal de Referência), com infrações que variam de leve a gravíssima, para quem for pego alimentando animais de rua.

"Às vezes, tem gente que vai ao gabinete me procurar para pedir para ajudar na defesa de multas aplicadas neste sentido. Mas todas as que eu vi variam entre R$ 150 a R$ 300. Ela acontece mais em caráter educativo", comenta o vereador.

Impossível?

Mesmo assim, Francisco não descartou a possibilidade e disse que levaria essa discussão para o Conselho de Bem-Estar Animal, uma vez que preside também comissão semelhante na Câmara Municipal. "Vamos conversar inclusive com os meus amigos do CCZ. Acredito que, dentro de 15 dias, tenhamos uma resposta sobre isso".

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