Desde o início de 2023, Mato Grosso do Sul tem se destacado no combate à extrema pobreza. Levantamentos do IBGE, divulgados neste mês, apontam que mais de 40 mil pessoas saíram da condição de pobreza entre 2023 e 2024, resultado de políticas públicas estruturantes que vão além do assistencialismo tradicional.
Com uma economia pujante e pleno emprego, o Governo do Estado investiu na reestruturação de programas sociais da Sead (Secretaria de Estado de Assistência Social e dos Direitos Humanos), transformando-os em instrumentos de inclusão, qualificação profissional, segurança alimentar e escalada social.

Um exemplo desse impacto é o programa MS Supera, que oferece bolsa de um salário mínimo para estudantes de baixa renda, incentivando a permanência em cursos universitários de período integral. A acadêmica de Medicina Ariadne Mariana Rocha da Cunha, de 24 anos, primeira pessoa da família a concluir o Ensino Médio, é um caso de sucesso:
“Quando entrei na faculdade, os gastos eram muitos: jaleco, estetoscópio, alimentação… Com a mudança na legislação, consegui a bolsa do MS Supera e foi uma segunda vitória. A primeira foi passar no vestibular”, contou Ariadne, filha de um pedreiro e de uma dona de casa.
O programa contribui para reduzir a evasão escolar e permitir que jovens se dediquem integralmente aos estudos. Ariadne, motivada pela experiência da mãe com atendimento médico inadequado, sonha em ser uma profissional que trata todos os pacientes com dignidade, independentemente de sua condição social.
Outro programa estruturante é o Mais Social, que passou por melhorias, incluindo um adicional de R$ 300 para beneficiários que frequentam o ensino regular ou EJA (Educação de Jovens e Adultos). Para alcançar famílias que ainda não recebem benefícios, a Sead lançou, em 17 de março de 2025, a Busca Ativa, utilizando cruzamento de dados e georreferenciamento para incluir famílias vulneráveis nos programas. Atualmente, o Mais Social atende mais de 40 mil famílias, e o MS Supera possui 2.200 vagas, que serão ampliadas para 2.500 no próximo ano.
Além disso, outras ações reforçam a proteção social: o Energia Social: Conta de Luz Zero, que paga a conta de 29 mil famílias; o programa Cuidar de Quem Cuida, com 1.878 beneficiados; e a entrega de cestas alimentares para mais de 20 mil famílias indígenas.
Segundo a secretária Patrícia Cozzolino, os programas têm como objetivo “acabar com o assistencialismo e colocar as pessoas na vida produtiva por meio de incentivos positivos, perseguindo a erradicação da extrema pobreza e reduzindo a pobreza”.
O IBGE confirma a eficácia da estratégia: a proporção de pessoas em extrema pobreza em Mato Grosso do Sul caiu de 2,7% em 2022 para 1,6% em 2024, considerando famílias que recebem até US$ 2,15 por dia.
Com ações integradas, políticas estruturantes e busca ativa de famílias em situação de vulnerabilidade, Mato Grosso do Sul demonstra que é possível transformar programas sociais em instrumentos de inclusão, educação e dignidade.









