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Cidades

09/07/2018 09:30

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Após morte de peão, ativistas criticam realização de rodeios em MS

Defensores de animais reclamam de maus-tratos aos touros que participam destes eventos

Após a morte de um peão em Paranaíba, membros de instituições e ativistas na luta pelo fim dos maus-tratos animais criticam a prática de rodeio e vaquejadas no país e destacam que fica cada vez mais claro que os eventos não podem ser considerados parte da cultura brasileira.

Para a diretora técnica do Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal, Vânia Plaza Nunes, o rodeio é um evento realizado por grandes empresários que visam apenas o lucro e os peões são pessoas iludidas que fazem parte do ato. “É um grupo de empresário que ganha em cima disso, pessoas que já possuem dinheiro e querem ganhar ainda mais. Eles prometem grandes prêmios para peões. Normalmente eles realizam rodeio e vaquejadas em cidades pequenas, mas isso não contribui em nada para qualidade de vida e os animais são submetidos a maus-tratos”.

Uéliton Flavio morreu durante rodeio realizado na Exposição de Paranaíba, após cair de um touro e ter a cabeça pisoteada pelas patas do animal. Vânia lamenta a morte do peão e destaca que o comportamento de um touro ou cavalo ao entrar na arena demonstra o nível de estresse que o animal foi submetido. “Não é um comportamento normal do animal, é nítido o nível elevado de estresse do animal. Infelizmente as pessoas ainda participam dessas práticas, se submetendo a grandes riscos. Os animais ficam com ferimentos pelo corpo, isso é inaceitável”.

Vânia revela que participou de audiências públicas em Cuiabá recentemente e os defensores das práticas acabam tentando justificar o ato comparando os animais a jogadores de futebol. “Ouvimos coisas absurdas, eles falaram que até o Neymar se machuca quando entra em campo, tentando justificar o fato dos animais saírem machucados. Não existe essa comparação, mas elas foram feitas”.

Assim como a diretora, a presidente do Abrigo dos Bichos da Capital, Maria Lúcia Metello, afirmou ao TopMídiaNews que basta avaliar o comportamento de um touro ou cavalo que adentra a arena de rodeio para perceber que o bicho é mau tratado. “Algumas pessoas falam que o rodeio é esporte, esporte é algo que causa prazer para aquele que pratica. No rodeio, o animal não fez a escolha de estar naquele local. É uma estupidez a continuação do rodeio, infelizmente, além do animal passar por coisas ruins, vidas estão se perdendo”.

Maria relembra que já teve conhecimento de um caso onde um animal morrer em uma dessas disputas. “O touro chifrou o cavalo, que teve o intestino exposto e ficou ali agonizando no local. Essa situação tem que ser revista e essa prática tem que ser extinta”.

Ativista do movimento de defesa e proteção aos animais, Greice Maciel destaca que as pessoas devem se posicionar contra essa prática. “As pessoas podem escolher, os animais não. É lamentável que vidas estejam se perdendo nessas práticas que deveriam ser proibidas. Isso já foi debate político, mas não muda, continua sendo realizado”.

O caso

O peão Uéliton Flavio, 24 anos, conhecido entre amigos como Flavinho, morreu na noite de ontem (8), após cair do touro em que montava naExposição de rodeio de Paranaíba e ser pisoteado pelo animal. O rapaz era morador da região e participava das disputas com frequência.

De acordo com o Correio News, Flavinho disputava pela semifinal do rodeio. Ele ficou por alguns segundos em cima do animal e caiu embaixo do touro, sendo pisoteado na cabeça.

Flavio morreu na hora. A cena chocou espectadores e os organizadores do evento. Em abril, Uéliton montou no rodeio dos amigos do Elton Silva na cidade de Chapadão do Sul e também em Chapadão do Céu.

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