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Cidades

10/01/2014 18:00

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‘Não podemos patologizar a violência’, alerta psiquiatra

Inimigo íntimo

O ano de 2014 começou gritante nos lares campo-grandenses. De acordo com dados da Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) de 1º de janeiro até a data da última sexta-feira (10) foram registradas 160 ocorrências de violência doméstica e três homicídios contra mulher. 

O índice salta aos olhos quando comparado aos números de 2013. Em todo o mês de janeiro do ano passado foram feitas 548 ocorrências de violência, e apenas duas tentativas de homicídio. “Sempre que as mulheres perceberem algum indício tem de ficar atentas e tomarem atitudes corretas. A orientação é que elas procurem com urgência a delegacia para buscar ajuda", ressalta a delegada titular  Rosely Aparecida Molina.

Conforme Rosely Molina, em períodos festivos e datas comemorativas o número de ocorrências aumenta naturalmente. “Início de ano e em feriados são propícios,  pois, as pessoas acabam ingerindo bebida alcoólica e os ânimos ficam aflorados, o que na maioria das vezes causa os desafetos" informou.


Para o psiquiatra Kleber Francisco Meneghel Vargas, os dados revelam que as vítimas estão atentas às denúncias e isso pode está refletindo nas altas incidências verificadas. Segundo o especialista, nem todos os casos de violência estão relacionados ao sentimento de ciúme patológico, mas, ao caráter de quem pratica a ação. “A gente não pode  patologizar a  violência.  Às vezes isso acontece porque a pessoa realmente tem um caráter ruim. Já é uma pessoa violenta. Foi criada em um ambiente violento”, explica.

Agressores dão sinais – Kleber Francisco Meneghel Vargas lembra que a maioria dos atos de violência acontece após muitos sinais emitidos pelo agressor. “Já no início de um namoro a pessoa dá sinais de que é agressiva. Não com a pessoa, mas,  com os pais, com os amigos, com o garçom. No decorrer de um namoro, noivado, de um casamento, a pessoa vai demonstrando sinais. A pessoa tem de rapidamente dar um basta nisso porque uma concessão leva a outras”, alerta.

Outro ponto negativo apontado pelo especialista é a forma controladora com que o possível agressor lida com a vítima. "A vítima tem de ser muito firme já no começo e dizer: eu não aceito esse tipo de relacionamento controlador. O ciumento patológico é sempre uma pessoa muito controladora. Quer saber aonde você vai, com quem você está, parece teu pai. Liga a cada 15 minutos. Quanto mais concessão se dá pior é. E outra coisa, quem ama não bate, não machuca. Violência não é bom pra ninguém”, pontua.

Em casos graves, Vargas alerta que são necessários tratamentos farmacológicos e até terapias a depender do tipo de agressão que a vítima tenha sofrido. “Todas essas situações tanto a física, moral e sexual trazem uma consequência muito grande na vida das pessoas. Elas ficam deprimidas, com alta estima muito baixa  e nesses casos é necessário tratamentos”, ressalta.

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