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03/12/2013 07:00

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Um ano após tomar posse, Telma Nantes quer ser ressarcida por ter sofrido discriminação

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Depois de travar uma batalha judicial e conseguir garantir o direito de assumir o concurso para o cargo de educadora em um Centro de Educação Infantil da Capital, Telma Nantes de Matos, 47, continua a luta para receber a indenização por danos morais e lucro cessante - prejuízos causados pela interrupção de atividade – por ter sido impedida, ao longo de dois anos e nove meses, de atuar como professora na Rede Municipal de Ensino de Campo Grande.

A presidente do ISMAC (Instituto Sul-Mato-Grossense para Cegos) Florisvaldo Vargas também é assessora da ONCB (Organização Nacional de Cegos do Brasil) e desde outubro de 2012 desempenha atividades educativas com crianças de 7 meses a 1 ano e 9 meses de idade. “Ter um direito garantido por lei e  não vê-lo respeitado é discriminação. O Município tem de ser punido pelo o que me fez. Quero que eles reconheçam que essa atitude me causou danos morais e materiais, pois fiquei dois anos e nove meses sem contribuir para o INSS. É um forma de ser ressarcida”, afirma.

Com pouco mais de um ano exercendo a profissão, Telma ressalta que o fato de ganhar na justiça o direito de dar aulas é um exemplo para muitos deficientes. “São três anos de estágio probatório e nesse primeiro ano de avaliação consegui tirar 8.9. Mostrei que tenho condições de trabalhar, que tenho competência”, disse. A educadora foi empossada depois que a justiça concedeu um prazo de 48 horas para que a prefeitura a integrasse no quadro de profissionais da REME. A sentença foi dada após analise da petição apresentada pela OAB/MS.

Superação- Telma Nantes nasceu com uma retinose pigmentar, e aos 27 anos ficou cega completamente. Quando passou no concurso público, em 2009, foi impedida de assumir o cargo, para o qual havia feito a inscrição, após passar por uma junta médica  que a julgou inapta para exercer a função, devido à deficiência visual. Na época, Telma foi a única candidata, com deficiência, a ser aprovada. “Na prova tirei 7.9 e me chamaram para apresentar os títulos e depois fui classificada em primeiro lugar”, lembra.

Durante o período de adaptação, a professora afirma que se surpreendeu com o fácil entrosamento entre os alunos e funcionários.“Eu superei as minhas próprias expectativas. É tão impressionante porque as crianças nem ligam para a minha cegueira, eles me compreendem. E os funcionários respeitam as minhas limitações. Como educadora tenho de ser criativa, e estimular alternativas para o ensino-aprendizagem “,  destaca.

Persistência- Telma Nantes ingressou com o pedido de indenização em 2012. A atual administração municipal recorreu e o pedido foi indeferido. “ Fui exposta para o Brasil inteiro e para o mundo. Perdi viagens e possibilidade de trabalhos. Não vou desistir de um direito que tenho que é o de ser ressarcida por todo esse mal que me causaram. Fui discriminada por ser deficiente visual”, enfatiza. 

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