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SOS Pantanal apresenta relatório que indica presença de contaminantes no Rio Santo Antônio

Relatório foi apresentado no dia em que é comemorado o Dia Mundial da Água

Durante seminário organizado pelo Ibama que, no Auditório Professor Inardi Adami, da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul, o SOS Pantanal apresentou nesta sexta-feira (22), um relatório de estudo sobre o nível de contaminantes do Rio Santo Antônio. A apresentação ocorre na data em que é comemorado o Dia Mundial da Água. 

Fundado em 2009 com a premissa de contribuir para a conservação e o desenvolvimento sustentável do bioma sul-mato-grossense, o SOS Pantanal vem, ano após ano, expandindo seu campo de atuação por meio de ações que revelam riscos e propõem soluções para a preservaçãoda maior planície alagável do mundo. Integrando as ações do Projeto Águas que Falam, lançado em 2023 em parceria com a Chalana Esperança e o apoio da Fundação Toyota, o instituto apresenta, no Dia Mundial da Água (22/3), conclusões do estudo “Relatório de Resíduos de Agrotóxicos no Rio Santo Antônio”, realizado pela engenheira ambiental Jahdy Moreno Oliveira e pelo engenheiro agrônomo Felipe Augusto Dias, do Instituto SOS Pantanal. 

A escolha do Rio Santo Antônio para o estudo encomendado pelo SOS Pantanal se deveu ao fato de sua importância como manancial de abastecimento para a cidade de Guia Lopes da Laguna e a possibilidade de, a partir dos resultados, entender o risco de contaminação da água utilizada pela população. Outrofatorimportante para o monitoramento do Santo Antônio foram os estudos que identificaram o déficit de Área de Preservação Permanente (APP), considerando o que preconiza o Código Florestal, e o manejo incorreto do solo. A manutenção correta do solo, com instalação correta de curvas de nível, aliadas à presença integral da vegetação ciliar APP é decisiva para a manutenção da qualidade da água dos rios.  

 “O relatório deixa claro suspeitas que já havíamos levantado em testes rápidos realizados no ano passado. Agora, com uma análise mais aprofundada no Rio Santo Antônio, que deságua no Rio Miranda, constatamos a presença de altos níveis de nitrato e fosfato, presença de coliformes fecais e, principalmente, de substâncias tóxicas. Mas o que nos chamou mais a atenção foi um fungicida chamado Carbendazim, substância proibida desde 2022 no Brasil, da qual provavelmente estão sendo usados estoques remanescentes. Além de ser cancerígena, essa substância pode causar esterilidade em seres humanos e animais, algo muito preocupante porque pode afetar não só a fauna da região como as pessoas que moram ali e dependem do Santo Antônio para sobreviver”, alerta Gustavo Figueirôa, biólogo e diretor de Comunicação e Engajamento do SOS Pantanal. 

Entre outras conclusões, o relatório também aponta para questões emergenciais, como a falta de manejo adequado para conservação do solo e da água nas áreas destinadas à produção de grãos no entorno do Rio Santo Antônio, além do agravamento do déficit de APPs com a introdução do plantio de soja em áreas anteriormente ocupadas por pastagens que estão potencializando o assoreamento e a contaminação da água. 

Por outro lado, o estudo apresenta recomendações para a preservação do Santo Antônio como importante manancial da área urbana de Guia Lopes da Laguna. Entre outras ações, o relatório sugere: a criação de fóruns permanentes envolvendo entidades de classe ligadas à produção agropecuária para o debate sobre práticas conservacionistas de solo e água e o uso adequado de produtos químicos; o monitoramento continuado do uso de agrotóxicos na bacia do Rio Santo Antônio; e a ampliação do monitoramento de agrotóxicos que impactam indivíduos da fauna aquática do Pantanal, como peixes e ariranhas. 

Durante o Seminário Dia Mundial da Água também serão abordados temas como: "Escassez e contaminação de água nos territórios indígenas e assentamentos rurais”, com a professora Teodora Souza, da FUNAI de Dourados; "O papel dos órgãos de controle e fiscalização na redução da contaminação da água por agrotóxicos”, com a dra. Joanice Lube Battilani, do Ibama de Mato Grosso do Sul; e “Produção agroecológica como alternativa para uso de agrotóxicos”, com a professora e doutora Zefa Valdivina Pereira, da Universidade Federal da Grande Dourados – UFGD.

Este relatório é um desdobramento do Projeto Águas que falam, que rodou mais de 3.000 km pelo Pantanal, visitando diferentes comunidades tradicionais e ribeirinhas a fim de ouvir o que eles têm a dizer sobre a qualidade da água que os cercam, além de entregar kits de monitoramento da qualidade da água para 5 destas comunidades. O objetivo do projeto é engajar as comunidades através da ciência cidadã, onde os próprios moradores produzem dados que serão usados para cobrar do poder público melhorias em suas vidas e de seus familiares. 
  
Sobre o SOS Pantanal 

Fundado em 2009, o SOS Pantanal é uma instituição de advocacy, sem fins lucrativos, que promove a conservação e o desenvolvimento sustentável do Pantanal por meio da gestão do conhecimento e a disseminação de informações do bioma para governantes, formadores de opinião, grandes empreendedores, fazendeiros e pequenos proprietários de terras da região, assim como para a população em geral. Ao longo das últimas duas décadas, o Instituto SOS Pantanal também impacta diretamente o ecoturismo ao promover iniciativas de preservação ambiental e desenvolvimento sustentável. Por meio de incentivos à profissionalização, aliado a uma fiscalização mais efetiva e o consenso de boas práticas conjuntas entre os setores privado, público e terceiro setor, o SOS Pantanal tem contribuído para que o ecoturismo cada vez mais se apresente como um dos pilares do desenvolvimento sustentável do Pantanal. 

 

 

 

 

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