Durante a pandemia do Covid-19 e a ordem de isolamento social, as travestis, que exercem trabalho sexual, estão sem renda em vários municípios do Estado.

Em Dourados, segundo Claudia Assumpção, coordenadora do Núcleo de Políticas Públicas para LGBT+, a situação ficou ainda mais grave com o toque de recolher, a partir das 22h. Em Campo Grande, já não se encontra profissionais nas ruas também devido ao toque de recolher. 

"É justamente nesse horário que começavam suas atividades", conta.

Ao jornal O Progresso, ela contou que com a pandemia houve uma redução drástica no movimento e mesmo com a recomendação de isolamento, muitas profissionais optaram por continuar as atividades devido aos compromissos como aluguel e alimentação.  

"A maioria delas estão endividadas nas casas aonde elas residem ou nos pensionatos. A cada dia as dívidas aumentam mais e muitas chegam a ter que fugir por que não consegue pagar as diárias. Deixam tudo para traz, às vezes até documentos pessoais", relata. 

Claudia alerta para aquelas que não conseguem viver de outra renda. Além disso, a coordenadora disse que iniciou um trabalho de conscientização para que elas se afastem das funções como recomenda a Organização Mundial de Saúde para evitar o contágio da doença. "Estamos tentando sensibilizar o máximo possível alertando sobre os riscos que elas estão correndo. No momento é necessário que elas se resguardem", ressalta.