O governo do Estado irá reduzir a alíquota do ICMS (Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) na venda do boi gordo em pé para fora do Estado por 90 dias. A alíquota vai passar de 12% para 7% a partir de primeiro de julho.

O pedido partiu da Acrissul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul) e Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul) com objetivo de esquentar a economia e recuperar as perdas da Operação Carne Fraca e da delação premiada da JBS.

Na manhã de quarta-feira, 21 de junho, o governador de Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja (PSDB) recebeu representantes da Famasul e Acrissul, juntamente com os deputados estaduais, para oficializar a medida. 

O presidente da Acrissul, Jonatan Barbosa, explicou que foi enviado ao governador um requerimento há 20 dias para que a alíquota da venda do gado gordo em pé na saída do estado fosse reduzida para que ficasse igual a dos outros Estados, e com isso estimulasse a procura de frigoríficos de outros Estados para abater o gado sul-mato-grossense.  

“Tem que nivelar para ter um atrativo para que possamos vender para São Paulo, Paraná e Minas Gerais. Abre a fronteira. Estimula o mercado. Nós temos estoque de boi gordo e os outros estados estão em falta”, destacou.

Barbosa estima que existam no Estado cerca de 300 mil cabeças de gado gordo prontos para abate. Ele destacou que a crise envolvendo a delação da JBS afeta diretamente o Mato Grosso do Sul, pois o grupo JBS representa 65% dos abates diretos e indiretos no Estado.

“Já havíamos tendo o tropeço desde a Carne Fraca. E agora o reflexo da delação da JBS. Ela tem um monopólio. Isso que denunciamos há cinco anos. Mas o governo do PT não levou a sério. Compraram vários frigoríficos para fechar. Agora fazem uma retração e abala todo o negócio. Produtor está com boi pronto e não pode esperar”, disse.

O governador vai publicar o decreto reduzindo a alíquota do ICMS na venda do gado em pé na saída do Estado pelo período de três meses para valer a partir de 1º de julho.