Um levantamento realizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostra os efeitos da pandemia de coronavírus sobre o setor industrial brasileiro. Segundo a pesquisa, três, de cada quatro executivos, diminuíram ou paralisaram sua produção.
Além disso, 22% das empresas só têm condições financeiras de manter suas atividades por mais um mês e 45% dizem que o prazo em que continuarão funcionando é de até três meses.
Apesar desse cenário, 44% dos entrevistados acreditam que a economia vai registrar expansão nos próximos três anos.
Encomendado pelo Instituto FSB Pesquisa, o levantamento também mostra que, mesmo com os negócios impactados pela pandemia, o industrial brasileiro resiste em demitir.
Embora 74% das empresas tenham sido afetadas negativamente pela crise e 82% tenham registrado queda no faturamento nos últimos 45 dias, 66% delas não exoneraram seus empregados.
Entre as que fecharam postos de trabalho, 78% das indústrias creem que voltarão a contratar.
"É possível enxergar a resiliência do empresário industrial nos dados trazidos pela pesquisa. A demissão é uma das últimas opções e, por isso, é preciso dar condições para evitar que os executivos cheguem a esse ponto", disse o presidente da CNI, Robson Andrade, a Agência O Globo.
Segundo ele, as medidas trabalhistas, que resultaram em mais de 8 milhões de acordos individuais para redução de jornada e salário e suspensão de contratos de trabalho, foram importantes para a preservação de empregos.