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Entrevistas

04/06/2018 13:00

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Família cria instituto para ajudar crianças carentes em Campo Grande

O maná tem capacidade para atender 40 crianças, mas hoje abre as portas para 101

A vontade de fazer mais pelo outro tomou conta de uma família, que de início servia sopa para aqueles que sentiam fome na região do bairro Nova Bahia. Mas o objetivo não era apenas matar a fome das pessoas e foi aí que nasceu o Instituto Maná do Céu para os Povos.

Na ativa desde 2009, o instituto atendia pessoas com diversas necessidades, mas a direção mudou e o local se dedica a mudar a realidade de crianças e adolescentes carentes na Capital. “Começaram com essa sopa, mas como passar do tempo percebíamos que não levava desenvolvimento para a pessoa, só gerava uma dependência da pessoa pela sopa, saciava a sopa naquele momento. Muitas vezes íamos pedir ajuda em alguns lugares e falavam que não podiam ajudar porque não tinha CNPJ,  dai o Ivan Rodrigues. (atual presidente) quis legalizar, em agosto de 2009 ele foi fundado documentalmente”, afirma Igor Silva, coordenador de atividades.

Atualmente, o Maná atende 101 crianças mesmo tendo capacidade apenas para atender 40 crianças. “Elas chegam aqui 8 horas, quando os portões se abrem, elas entram, fazem acolhida, recebem o primeiro lanche. Vão para atividades do dia, crianças para um lado, adolescentes para o outro, para fazer atividade especifica e depois servimos almoço deles porque muita criança não tem comida em casa. Esse é o alimento deles”.

Confira a entrevista completa com o coordenador de atividades do instituto:

TopMídiaNews: como surgiu o instituto?

Igor Silva: foi em 2008, surgiu como iniciativa de pessoas que lá no bairro Nova Bahia viram a realidade das pessoas do posto de saúde, que passavam o dia sem alimentação porque o CRF e o 24 não tem cozinha. As pessoas que ficam internadas e acompanhantes precisavam de alimentação, começamos com a ideia de levar comida. Fazia sopão em casa e levava alimento para quem tinha fome na região, começou com ideia do posto e se estendeu, porque outras pessoas ficaram sabendo e iam na casa do presidente retirar. O Ivan é o presidente nesse momento, mas até o outro mandato era a mãe dele, a dona Izaura Maria de Souza, que é mãe da Carla, que é coordenadora geral aqui. Eu sou casado com a Carla, estamos todos em família.  O Ivan é chefe de cozinha e engenheiro. Eles queriam fazer algo pela população.

TopMídiaNews: como foram realizados os primeiros trabalhos?

Igor Silva: começaram com essa sopa, mas como passar do tempo percebíamos que não levava desenvolvimento para a pessoa, só gerava uma dependência da pessoa pela sopa, saciava a sopa naquele momento. Muitas vezes íamos pedir ajuda em alguns lugares e falavam que não podiam ajudar porque não tinha CNPJ, dai o Ivam quis legalizar, em agosto de 2009 ele foi fundado documentalmente.

TopMídiaNews: como foram realizadas as primeiras ações em 2009?

Igor Silva: começou a tomar corpo, atendida tudo de início, criança, adolescente, usuários de droga, começamos a buscar parcerias. Chegou um momento que pensamos em direcionar melhor o atendimento, não tinha como atender no mesmo espaço. Sentamos para escrever, olhamos o estatuto e definimos que não tínhamos como atender usuários de substância, então íamos atender na questão preventiva dessas ações. A prevenção começa na família, pensamos em atender as crianças para que elas não ficassem nas ruas, atender as pessoas para capacitar profissionalmente e começou o primeiro grande projeto.

TopMídiaNews: qual foi o patrocínio que aumentou a equipe do Maná?

Igor Silva: o primeiro patrocínio da Petrobrás, criamos o Velozes do Amanhã I, que atende crianças e com parceria levava containers do Senai. O projeto nasceu e foi patrocinado pela Petrobras que ficou por dois anos e deposi dobrou o investimento para a segunda versão. Tivemos patrocínio de mais de R$ 1 milhão, atendendo três polos. Um na Marçal de Souza, outro no Oliveira III e um no Nova Bahia. Trabalhamos muito para garantir. Tínhamos professores de educação física, equipe de mídia, equipe de educação, cresceu muito desde coordenador de polo e estagiários tinha. O Maná ficou conhecido em toda Campo Grande. Com os escândalos os convênios da Petrobras foram suspensos em todo País, agora esse ano, que foi lançado novos, que vamos nos inscrever de novo.

TopMídiaNews: como ficou o instituto sem patrocínio?

Igor Silva: daí começaram as dificuldades, tínhamos patrocínio que atendia 500 famílias em Campo Grande e começamos a reduzir o atendimento. Ficamos apenas com uma verba de R$ 2.400,00 da prefeitura para atender 400 crianças, é um cofinancimento para atender crianças e adolescentes. Tivemos que demitir, fazer acordo com todo mundo. Só no prédio, pagávamos um valor alto de aluguel, no final do convenio para renovar estava R$ 5 mil o prédio e não teve acordo. Desocupamos o prédio. Banco do Brasil ligou e falou para iniciar trabalho, por ser instituição credenciada, iniciamos trabalho de socialização dos locais com investimento ‘Minha Casa, Minha Vida’.

TopMídiaNews: como são realizados os trabalhos na região do bairro Canguru?

Igor Silva: Trouxemos a ONG para o bairro Canguru, nosso objetivo é dar qualidade de vida para pessoas saírem da condição de pobreza e chega um momento que as pessoas não precisam mais. Fizemos essa avalição no Nova Bahia, mas a prioridade agora é o jardim Canguru.  Estamos aqui desde dezembro, falamos que Deus tem aberto portas. Atendemos crianças de 6 a 17 anos. Essa casa foi muito engraçada porque procurávamos um prédio para se instalar, mas não tinha condições. Tinha todo prazo de documentação, mas colocamos no coração que seria aberto em dezembro.

TopMídiaNews: como conseguiram alugar a casa sem ter um montante alto de recurso em mãos?

Igor Silva: a mulher mudou daqui na quinta e ligamos para a dona, falamos que somos ONG e não tinha dinheiro em mãos. No dia de ver a casa, minha esposa tinha acabado de receber o salário dela, de R$ 950. A dona falou que podia pagar só o aluguel do mês, olhei para Carla e falei de onde vamos tirar esse dinheiro. Ela pegou o salário dela e pagou e entramos. Assim que entramos, caiu dinheiro dos patrocinadores na conta e fomos fazendo as adaptações.

TopMídiaNews: como chegaram nas crianças?

Igor Silva: não anunciamos nada, fomos até o condomínio e avisamos a direção do bairro que estaríamos abrindo e as crianças começaram a vir. Foi algo espontânea. Aqui elas têm aula de musicalização, cidadania, comunicação, mídias digitais, vamos começar com artes marciais com um professor voluntário. Elas chegam aqui 8 horas, quando os portões se abrem, elas entram, fazem acolhida, recebem o primeiro lanche. Vão para atividades do dia, crianças para um lado, adolescentes para o outro, para fazer atividade especifica e depois servimos almoço deles porque muita criança não tem comida em casa. Esse é o alimento deles.

TopMídiaNews: de onde vem os alimentos?

Igor Silva: o investimento já foi embora faz tempo, pagamos aluguel para um ano. Gastamos com estrutura, refazemos cozinha, fiz uma sala do lado, a demanda foi aumentando eu tinha que dar um jeito de colocar as pessoas aqui. Nosso cofinancimento é 40 crianças, atendemos 101 crianças porque agora o Cras que atendia na região não está fazendo atendimento de criança e adolescente, por conta de determinação judicial. Duplicou a demanda que tínhamos, nossa lista de espera é de 51 crianças esperando para entrar. É muito grande a demanda. Aqui o atendimento é até 17 anos.


TopMídiaNews: quando as crianças deixam o instituto?

Igor Silva: sai por dois motivos, ou a mãe não quer mais que a criança venha, ela assina termo de desligamento ou a criança completa 18 anos e sai.  

TopMídiaNews: quais são os critérios para as crianças participarem das atividades do instituto??

Igor Silva: precisa ter número do NIS, tem que estar estudando, pais assinam termo de responsabilidade, precisa aceitar e participar das reuniões de pais, que são realizadas uma vez por mês, aqui é para o fortalecimento de vinculo da criança, com a família e sociedade. Atendemos esse número aqui dentro da instituição.

 

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