O administrador Fernando Abreu de Campos, 29 anos, cresceu sem a figura paterna no dia a dia e sem o nome no registro, realidade de muitas crianças brasileiras. 

Nos eventos da escola, durante o Dia dos Pais, ele não tinha ninguém para homenagear e, com isso, a data, comemorada no 2º domingo de agosto, acabou ‘perdendo a importância’ ao longo dos anos.

“Cresci sendo criado por minha mãe e avós, claro que a presença de um pai de fato fez falta sim, principalmente nessa data, onde todos tinham um ‘pai’ para presentear, e eu não via sentido nessa data. Minha mãe sempre disse que ele (‘meu pai’) não me quis como filho, e isso me incomodou durante muito tempo, sempre pensei que quando eu tivesse meu filho, não faria o mesmo que ele”, explica. 

Fernando destaca que ainda tentou fazer parte da vida do pai, mas sem sucesso. O último encontro dos dois aconteceu em 2013, quando poucas palavras foram trocadas entre ambos. 

“Houveram algumas tentativas de reaproximação da minha parte, pois eu queria saber quem era ele, e obtive esses contatos, mas sem interesse dele, o interessado era eu, então percebi logo que não precisava dele, pois tinha tudo o que precisava dentro da minha família", diz.

Agora, em 2021, no entanto, ele tem vários motivos para comemorar, pois, espera a chegada do primeiro filho, prevista para setembro. 

"A paternidade sempre foi meu sonho, eu sempre quis ser pai, sempre quis saber como é cuidar de outra vida, um ser totalmente novo e dependente da gente e, recentemente, fui agraciado com essa bênção. Estamos aguardando a chegada dele com muita expectativa para saber como ele é, se vai se parecer comigo ou com minha esposa (espero que com ela), sentir o cheirinho gostoso de bebê, estamos ansiosos”, destaca. 

O filho só vai chegar oficialmente no colo do pai daqui um mês e meio, no entanto, já traz uma simbologia diferente para data. 

“Essa data agora ganha um novo significado para mim, pois além do papel de filho, agora sou pai, e isso com certeza me deixa muito feliz, experimentar o ‘outro lado’, o lado da paternidade. Estamos com quase tudo pronto para recebê-lo. Pretendo dar muito amor, carinho, e criá-lo dentro de princípios que aprendi com minha família. Acho que isso será importante para nortear a vida dele no futuro, vai ajudar a lhe dar melhor com as escolhas que terá de fazer lá na frente”, finaliza.