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Autor muda história e maldade de personagem será exposta em Pantanal

Escritor buscou atualizar aspectos da obra em relação à primeira versão

23 maio 2022 - 11h15Por Antonio Bispo

O autor do remake da novela Pantanal, Bruno Lupieri, revelou ter atualizado alguns aspectos da trama, exibida nos anos 90 pela TV Manchete, em relação à segunda família de Tenório, personagem do ator Murilo Benício, que esconde uma segunda família em São Paulo.

De acordo com o site Notícias TV UOL, na versão original, Tenório escondia uma família por medo do divórcio, assunto bastante delicado à época.

No remake, o motivo de esconder a segunda família será por conta do racismo. O autor explicou que na primeira abordagem, o tema da questão racial não foi discutida em momento algum.

"A segunda família do Tenório era uma família branca. O divórcio [naquela época] era uma questão muito forte", disse.

"O Tenório não queria largar a Bruaca [então vivida por Ângela Leal] pra ficar com a Zuleica [Rosamaria Murtinho na primeira versão], mas era nítido que ele era muito mais feliz enquanto marido da Zuleica, em São Paulo, com três filhos homens, que era um valor muito forte para ele, do que com aquela mulher que era uma 'bruaca' ignorante e com a Guta [Luciene Adami na original], que é uma filha com quem ele não se dá muito bem", comentou Lupieri.

Além disso, afirmou que largar a família nos dias atuais não tem o mesmo impacto que existia na época da primeira exibição.

" Largar uma família hoje não tem aquele peso que tinha 30 anos atrás. Precisava ter um motivo agora pelo qual o Tenório não assumiria a Zuleica, e nisso, pegando esse personagem que é o nosso antagonista, que flerta muito com o imoral, ele tem essa consciência escravagista muito forte dentro dele, de explorar o outro, de ser espertalhão, de dar o golpe, de manter os outros sob o seu jugo".

Ele afirmou, também, que essa questão será implementada aos poucos, capítulo por capítulo, sendo totalmente exposta mais próxima do final.

"Essa questão do racismo vai se apresentando. O Tenório, na estrutura dramática, é como se fosse uma cebola. Ele entra na história e à medida que a Guta [Julia Dalavia] chega, ele começa a se desvendar, quem ele é, camada por camada, até chegar nesse racismo", finalizou.